Com propostas de enxugamento de gastos na Câmara da Serra, redução no número de cargos comissionados e o aumento do número de sessões ordinárias por semana, o Movimento Brasil Livre (MBL) da Serra espera dar uma chacoalhada no Legislativo. Eles defendem renovação e se articulam para a eleição de 2020, e avisam: dá para economizar até 50% do orçamento da Câmara e redirecioná-lo para outras áreas.
Quem explica é Darcy Júnior, Coordenador do MBL e morador da Serra. “Temos propostas gerais como redução da máquina pública, renúncia de privilégios e desburocratização. Queremos evoluir em todos esses temas na Serra, a começar pela Câmara que em
tese deveria ser a casa do povo, mas há muito tempo entendemos que não representa mais os anseios da população. Estimamos que seja possível gastar metade do valor atual, que foi de mais de R$ 30 milhões em 2018 e migrar essa economia para saúde ou educação” disse.
O jovem conta que o movimento na Serra já tem 40 membros voluntários, e que tem recebido muitos pedidos de adesão. “Nossas propostas estão muito conectadas com o novo momento do Brasil. A Câmara precisa dar o exemplo. Hoje são 23 vereadores, que juntos custam R$ 217 mil por mês só de salários. Tem necessidade disso tudo? Poderíamos até discutir a redução do número de vereadores, uma vez que hoje temos as redes sociais que aproximaram os políticos e os representados. Além de poder compensar essa diminuição trabalhando mais, ao invés de três sessões ordinárias, poderiam ser cinco, uma em cada dia útil da semana como um trabalhador normal faz”, afirma Darcy.
Segundo Otávio Tofolli, também coordenador do MBL, outra ideia do grupo é defender redução em contratos e comissionados. “Cada vereador tem 15 assessores no gabinete, onde já se viu isso? E o pior é que nem todos são obrigados a bater ponto. A folha salarial do pessoal efetivo e comissionado gira em torno de R$ 1 milhão por mês, isso é um escárnio. Reflete até no auxilio alimentação que consome R$ 230 mil/mês. É a Câmara que mais gasta com pessoal entre todos os municípios do ES. Muito dinheiro numa cidade com tantos bolsões de pobreza. Outra questão são os contratos. Compilamos dados do Portal da Transparência da Câmara e só para citar um, em 2018 foram pagos mais de R$ 2 milhões para uma única empresa fazer serviço de limpeza, jardinagem, controle de acesso e portaria. Com certeza dá para diminuir esse valor”, dispara.
Perguntado sobre possíveis nomes para vereador, Darcy afirma que ainda está em debate no grupo. “Nesse momento nomes e partido não são importantes. O que fará diferença serão nossas propostas, e isso está em ebulição dentro do grupo, queremos fazer a diferença”.