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Médicos alertam para riscos aos atletas em corrida na área da Vale

Pilhas de minério e fornos e chaminés farão parte do cenário da prova. Foto: Arquivo TN / Bruno Lyra Pilhas de minério e fornos e chaminés farão parte do cenário da prova. Foto: Arquivo TN / Bruno Lyra
Pilhas de minério e fornos e chaminés farão parte do cenário da prova. Foto: Arquivo TN / Bruno Lyra

A 5ª edição da corrida da Vale, marcada para o próximo domingo (01) às 8h será realizada dentro da área industrial da empresa, no Complexo de Tubarão. É a primeira vez que o evento acontece no local, o que vem gerando polêmica. Ativistas e médicos alertam para o risco com a saúde dos atletas, que farão esforço físico em plena área onde são emitidos pó preto e gases lançados no ar da Grande Vitória.

Da ong SOS Ambiental, Eralton Moreschi, considera a corrida uma ‘afronta’ aos capixabas. “Querem provar que o ar ali é qualidade, mas é uma temeridade. Além da poluição a que atletas de alto rendimento estarão expostos, tem o risco de acidentes”, completa.

Crítica endossada pelo também ativista da SOS, Gílson Mesquita. Especialistas em saúde respiratória, cardiologia e oftalmologia também não consideram adequada a realização da prova no local. “Ninguém vai morrer. Mas é temerário para o sistema respiratório dos atletas, já que é conhecido que os índices de poluição de estão muito acima do que a OMS (Organização Mundial de Saúde) determina como tolerável”, pondera o alergista José Carlos Perini.

Para a pneumologista e pesquisadora da Ufes, Ana Maria Cassati, nem mesmo exercícios na praia e calçadão de Camburí são recomendáveis quando o vento está nordeste, jogando poluentes de Tubarão na direção sul.

A pneumologista Ana Cassati diz que correr até na praia de Camburi em dias de vento nordeste é prejudicial. Foto: Arquivo TN/ Bruno Lyra A pneumologista Ana Cassati diz que correr até na praia de Camburi em dias de vento nordeste é prejudicial. Foto: Arquivo TN/ Bruno Lyra
A pneumologista Ana Cassati diz que correr até na praia de Camburi em dias de vento nordeste é prejudicial. Foto: Arquivo TN/ Bruno Lyra

“Durante o exercício a demanda por oxigênio é de cinco vezes o normal. Esse ar respirado carrega consigo todas as partículas inaladas. Evidências recentes demonstram que o ferro pode ocasionar sintomas respiratórios e cardiovasculares”, alerta.

O cardiologista Jose Aid Sad  lembrou que recentemente o tema foi debatido na CPI do Pó Preto na Assembleia Legislativa e estranhou a realização da prova. “Temos obrigação de alertar as autoridades sobre o risco desse evento”, frisa.

O oftalmologista Ubirajara Moulin destacou que a poluição pode afetar os olhos dos atletas, especialmente os que usam lente de contato.

Vale diz que não há perigo

Através de sua assessoria de imprensa, a Vale diz que mantém um ambiente saudável e seguro em suas instalações tanto para seus empregados quanto para seus visitantes e que não há nenhum risco à saúde ou à segurança dos participantes.

 

Redação Jornal Tempo Novo

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