Recentemente escutei em rodas de conversa vários colegas comentando que receberam de professores ou coordenadores da escola, a sugestão de encaminharem seus filhos ao médico para que fosse receitada uma determinada pílula. Tal remédio promete resolver os problemas como falta de concentração na escola e hiperatividade.
Tornou-se comum diagnosticar as crianças e adolescentes. Esquecemos primeiro que apenas o médico pode tirar essas conclusões de que muitas condutas que são vistas pela sociedade como um “transtorno”, na verdade representam algo normal. É apenas a criança sendo criança e o jovem sendo jovem.
Eu me recordo da escola como um lugar muito chato. O sistema de ensino acaba engessando os profissionais. Muitas vezes o professor quer passar algo fora do conteúdo, que ajude a formação daqueles jovens como seres humanos, mas precisa cumprir um prazo para transmitir tudo que vai cair na prova.
A escola raramente oferece espaço ou investe nos diferentes tipos de inteligência, pois está concentrada em aumentar seu ranking de aprovados no vestibular. A escola está matando artistas, deixando jovens talentosos para os esportes, as artes, sentados por horas.
É compreensível que a escola precise destes números, pois precisa vender mensalidades, mas existem outros temas que não vão cair na prova que são essenciais.
O preconceito ainda dificulta a inclusão da meditação nas salas de aula, prática que já foi comprovada cientificamente como eficaz no combate a depressão, ansiedade.
Este sistema de ensino arcaico é incompatível com a fase do jovem, e também com o mundo atual, que pede que as pessoas sejam cada vez mais criativas e empreendedoras e consigam criar oportunidades onde antes só havia dificuldade.
Será que é agradável ter uma fila de zumbis medicados na sala de aula, sem expressão e sem iniciativa? Só a arte acalma o terremoto no coração do jovem, esta pílula não tem danos colaterais e todos ganham com uma sociedade mais feliz e jovens menos propensos ao crime.
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