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Medo da violência pode virar doença psicológica

 

Clarice Poltronieri

A onda de violência que assombra o estado desde o início da greve da PM na noite do último dia 03 de fevereiro pode deixar marcas muito profundas nos capixabas. Isso porque, mesmo que o pior já tenha passado, os traumas psicológicos podem permanecer por longo tempo. Neste caso, é preciso procurar ajuda.

“A pior parte foi ficar em casa e ouvir tantos tiros. Sabia que era violento, mas não tanto. Perdi noites de sono, com barulhos que não de onde vieram. Causa uma sensação de alerta e algumas pessoas realmente entraram em pânico, pediram socorro, mas não tinha quem socorresse. Não poder sair deu sensação de desconforto e vontade louca de ir pra rua. Fora a preocupação em faltar alimentos. A população não entendeu que isso é uma briga de teimosia entre a polícia e o governo”, relata Marciele Tellarolli, moradora de Jacaraípe.

Moradores de condomínios da Serra também ficaram apreensivos e os grupos de whatsapp não pararam desde o início do aquartelamento dos policiais. “Os moradores faziam vigília à noite e se comunicavam pelo grupo, reforçamos a segurança na entrada e saída e ficamos de olho em todo movimento ao redor do condomínio. Neste período ninguém dormiu direito e agora que está melhorando”, desabafa, sob a condição do anonimato, o síndico de um condomínio de Morada de Laranjeiras.

A psicóloga Emelini Sperandio, do Hospital Metropolitano, alerta que em alguns casos o estresse vivido pelas pessoas por causa da insegurança pode evoluir para problemas psicológicos. 

“Os impactos podem ser momentâneos, mas as pessoas podem ter distúrbios de ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático. É possível superar sozinho, mas alguns podem precisar de ajuda profissional da área da saúde mental. É preciso atentar para o tempo que os sintomas e sentimentos irão persistir e a intensidade. O medo é instintivo e nos protege de situações ameaçadoras, mas não pode ser patológico”, esclarece.

Para amenizar e ver se é possível superar isso sozinho, Emelini explica que “é preciso deixar de pensar nessa situação, tentar retomar a vida aos poucos e evitar circunstâncias que a coloque em lembrança ou desperte novamente o sentimento”. Quem não conseguir superar, deve procurar ajuda profissional, orienta.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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