A cidade de Aracruz é uma das “galinhas dos ovos de ouro” do Espírito Santo, no que se refere às expectativas de crescimento econômico. Há algum tempo, debate-se as possíveis vantagens e desvantagens para a Serra decorrentes desse processo. Nesse contexto, os acontecimentos já sinalizam uma perspectiva otimista. A Serra tende a se tornar uma retroárea estratégica que pode sustentar o crescimento da cidade vizinha, resultando em um novo marco para seu próprio desenvolvimento, especialmente na ampliação de sua vocação logística.
Na semana passada, a Serra foi contemplada com o lançamento oficial das obras do Complexo SerraLog, um conjunto de mega galpões em Campinho da Serra, região da Serra Sede. Isso demonstra que tanto o setor público quanto o privado reconhecem o município como parte integrante do processo de transformação econômica de Aracruz, e não como um competidor, dissipando assim o receio de fuga de investimentos.
O complexo, que promete ser o maior conjunto de galpões industriais do município, é fruto do investimento do empresário Antônio Carlos Torres, um dos fundadores do Grupo Fortlev e um dos investidores mais estratégicos do Espírito Santo. Com mais de 200 mil metros quadrados de área construída, o empreendimento será dividido em fases. A primeira, prevista para ser concluída até março de 2025, inclui um galpão de 70 mil metros quadrados, já alugado por uma grande empresa de atuação nacional. Esse projeto confirma a consolidação do setor logístico na Serra, destacando o próximo passo: firmar-se como a retroárea de Aracruz.
A cidade vizinha deu início a um ciclo expressivo de crescimento, especialmente impulsionado pela inclusão de seu território na área de abrangência da Sudene em 2021. Esse avanço se soma à construção, ampliação, modernização e dinamização de novas áreas portuárias que estão prestes a ser entregues, além da instalação da primeira Zona de Processamento de Exportação (ZPE) privada do país. Também fazem parte dessa lista o aeroporto privado em Aracruz e o regional em Linhares. Investimentos bilionários que têm atraído a atenção de diversos setores econômicos, colocando Aracruz no mapa brasileiro para a atração de capital privado nos próximos anos.
Todo esse arranjo está inserido em um modelo estratégico defendido pelo Governo do Espírito Santo, chamado Parque Logístico Espírito Santo, o Parklog. Dentro desse macroprojeto, destaca-se a construção da variante da Serra do Tigre (MG), que promete melhorar a conexão entre a malha da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) e a da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), consolidando assim o corredor Centro-Leste. Esse conceito antigo visa colocar o Espírito Santo na rota de escoamento da economia mineira e goiana. Trata-se de um projeto robusto e complexo, tanto econômica quanto politicamente, mas, se implementado, ampliará exponencialmente o crescimento de Aracruz.
Vizinha a esse fenômeno está a Serra, com sua capacidade de sustentar esse crescimento, e a cidade já está se preparando para isso. O Serra Log, por exemplo, estará estrategicamente localizado próximo à ES-115, também conhecida como Contorno de Jacaraípe. A nova via deve ser inaugurada em breve e conectará o polo industrial e de distribuição da Serra ao Parque Logístico de Aracruz. O trajeto, que antes levava quase duas horas ao passar pela estreita Abido Saad ou pela BR-101, poderá ser percorrido em cerca de 40 minutos após a inauguração. A próxima fase do projeto será o Contorno de Santa Cruz, uma extensa rodovia com uma nova ponte sobre o Rio Reis Magos, que contornará a região litorânea de Fundão e Santa Cruz, conectando a Serra diretamente ao centro logístico e portuário de Aracruz.
O Serra Log é a prova de que a cidade da Serra está vocacionada para ser a retroárea de armazenamento, manuseio e movimentação de cargas, antes ou depois do embarque/desembarque, no contexto efervescente de Aracruz. Na prática, a Serra funcionará como uma extensão das zonas portuárias, auxiliando no fluxo eficiente de mercadorias e servindo como ponto de apoio para atividades logísticas e de transporte no norte do Espírito Santo. O Serra Log é um ponto-chave nesse contexto, sendo um dos maiores investimentos privados em galpões logísticos no Espírito Santo, com um valor estimado de R$ 400 milhões ao final de todas as etapas da obra.
Embora Aracruz tenha um território vasto, não dispõe da mesma infraestrutura que a Serra, tampouco da oferta de mão de obra e serviços. Além disso, apesar de ser territorialmente maior do que a Serra, Aracruz enfrenta limitações para a atividade imobiliária empresarial, já que grande parte das áreas pertence à gigante da celulose, Suzano, e outra porção significativa é composta por reservas indígenas protegidas por rigorosa legislação federal.
Se a Serra continuar a fazer seu “dever de casa” em relação à construção de novas rodovias, como o Contorno de Jacaraípe e o Contorno de Santa Cruz, além de manter a pressão pela duplicação da BR-101 Norte e avançar em obras internas, como a variante de São Domingos e a ligação do Civit II à BR-101 via Taquara, a questão da mobilidade urbana será equacionada. Essas intervenções públicas irão potencializar o que os investidores já perceberam, especialmente com o recém-inaugurado Serra Log: a retroárea de Aracruz está na Serra.
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