Por Clarice Poltronieri
Criança gosta mesmo é de brincar, seja com brinquedos ou com a imaginação. E uma coisa que ainda permanece em muitas casas é a cultura de separar brinquedos de meninos e de meninas. Mas quando os pequenos tem um irmão do sexo oposto, o contato com objetos dos dois gêneros é mais frequente e tanto meninos brincam com os brinquedos das meninas, quanto o contrário.
Fernanda Karla Pereira e Cícero, de Jacaraípe, têm dois filhos, Miguel, 5 anos, e Manuela, 2 anos. “Não tenho muita separação, mas não deixo ele brincar muito de boneca sozinho, só se estiver com a irmã. Miguel sabe que aquele brinquedo não é dele. Ela também brinca com os carrinhos dele, mas sabe que é do irmão. Para ela compro mais boneca, joguinhos de menina e para ele carrinho, quebra-cabeça. Mas também depende do interesse de cada um, em cada fase eles querem algo diferente”, frisa Fernanda.
Káritas Devillart e Ademilson, de Morada de Laranjeiras, são pais de Arthur, 10, e Beatriz, 5. “Tem brincadeira que eles aproveitam juntos e com outras crianças como videogame, jogos eletrônicos, bola, pula corda, elástico. Mas Arthur prefere computador, videogame e bola, já não gosta mais de carrinho. E Bia brinca mais de boneca. Quando reunimos a família brincamos de jogos de tabuleiro”, diz Káritas.
Fábio Marques e Valeska Dias, de Laranjeiras, também têm um casal, Emilly, 7 anos, e Enzo, 5. Eles procuram estimular brincadeiras que os dois irmãos participam. “Procuramos dar brinquedos unissex que os dois gostam. Como passam boa parte do dia juntos, há muitas brincadeiras em comum: quebra-cabeça; jogos – ele usa o jogo dela de princesas e ela o caça-tesouro dele; super-herói – ele com herói e ela, boneca. Mas separados têm gostos diferentes: Emilly gosta de boneca, de fazer pulseira com miçanga; Enzo já gosta mais de correr e de bicicleta. E os dois treinam taekwondo”, diz Fábio.