Bruno Lyra
O ‘friozinho’ está mais forte no Espírito Santo neste inverno, que também está sendo mais chuvoso. O clima um pouco diferente do que aconteceu nos últimos dois anos já está sendo suficiente para alguns questionarem, principalmente nas redes sociais, a existência do aquecimento global.
“Situações extremas do clima como invernos mais rigorosos ou verões mais quentes são justamente as consequências do aquecimento global. Ele potencializa os eventos extremos”, explica o meteorologista do Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural (Incaper), Ivaniel Fôro Maia.
De acordo com Ivaniel, na verdade esse inverno no ES não está sendo tão rigoroso assim. O que temos é um retorno ao padrão normal para essa estação em termos de temperatura com mínimas em torno de 16o C na Grande Vitória, o que não aconteceu nos últimos três anos, onde um forte sistema de bloqueio atmosférico de alta pressão impediu a chegada das frentes frias. “As chuvas é que estão um pouco acima da média” explica.
O meteorologista disse que a variação entre anos mais secos e quentes e períodos mais frescos e chuvosos acontece. “Há uma tendência de retorno ao padrão normal do ES, que é ter um pouco mais de chuva e não ser tão quente quanto foi nos últimos anos. Mas daqui para a frente não dá para saber o que vai acontecer”, resume.
Dados do Incaper indicam que entre 01 de maio e 20 de julho choveu na capital Vitória 422,2 milímetros (mm), enquanto a média histórica para o período gira em torno de 200 milímetros. “Neste inverno há uma tendência para a manutenção da média histórica de temperatura, mas com umidade pouco acima da média”, conclui.