Clarice Poltronieri
Mais de um mês depois da greve dos caminhoneiros, cerca de 57% dos postos da Serra ainda não reduziram o valor do diesel em R$0,46, conforme determinação do Governo Federal, usada como promessa para finalizar o fim do movimento, que durou 10 dias no Estado, causando prejuízos a inúmeros setores produtivos.
De acordo com a assessoria do Procon Municipal da Serra, em parceria com o Procon Estadual, até o final de junho todos os 45 postos de combustível da Serra haviam sido visitados e apenas em 19 deles houve a redução do valor.
Contudo, todos os postos precisam apresentar notas com o valor de compra do combustível nas refinarias e de venda aos consumidores para análise. Se necessário, eles serão encaminhados ao Ministério Público Estadual.
O consumidor que encontrar preço considerado abusivo pode fazer denúncias ao Procon Municipal pelo telefone 3252-7242/3252-7243
Em pesquisa realizada pela Agência Nacional de Petróleo, o preço médio do diesel na Serra não chegou nem à metade dos R$0,46 de redução nas bombas prometido pelo governo Temer. Em maio, o diesel comum custava R$3,478 e em junho R$3,284 (- R$0,194) e o diesel S10 R$3,559 em maio e R$3,353 em junho (-0,206). Nos últimos 12 meses o maior valor encontrado foi em maio de 2018 .
Indústria e comércio ainda se recuperam
Segundo o diretor da Fecomércio, Ilson Bozi, o setor só deve se normalizar por volta de agosto/setembro. “A greve prejudicou toda a economia e ainda estamos com reflexos dela. Como faltou matéria-prima para fabricação de alguns produtos durante a greve, a produção não se recuperou e estamos com dificuldade de fornecimento de alguns produtos. Deve levar uns dois meses para a situação normalizar”, calcula.
Ele detalha que os setores mais prejudicados são o de alimentos perecíveis, como carnes, embutidos, hortaliças, leite e derivados. Mas pontua que o setor de materiais de construção também sofreu. “A reivindicação deles foi justa, mas a greve é injusta, pois atinge terceiros. Fui dirigente sindical por anos e nunca incentivei greve”, opina.
A Fecomércio calculou que comércio capixaba chegou a perder 60% do fluxo de vendas durante a paralisação e estimou prejuízo de R$200 milhões (R$20mi/dia).
Nas indústrias capixabas as operações foram 100% retomadas e a produção segue em ritmo acelerado, mas o fluxo de caixa, os estoques e a distribuição começaram a normalizar, o que só deve ocorrer a partir de julho. As informações são da assessoria da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).
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