Esta semana o entrevistado é o vereador e candidato a prefeito da Serra, Gideão Svensson. Entre outros assuntos, Gideão fala sobre seu projeto para a cidade e da conjuntura eleitoral deste ano:
Quais são os principais pontos do seu projeto para a Serra?
É preciso arrumar a casa, enxugar a máquina e rever a quantidade de cargos comissionados. Vamos escolher pessoas de confiança e conhecimento sobre a cidade. Quero também rever o gasto de publicidade, pois se gasta muito, e áreas como Saúde e Educação ficam sem investimentos. Vamos ver os cargos de primeiro escalão, e valorizar a prata da casa. Hoje muitos nesses cargos não moram nem na cidade.
Vivemos uma crise econômica, como atrair novos investimentos para a Serra?
Vamos desburocratizar os caminhos do empresário. Hoje até um pequeno empreendedor, precisa de 6 a 8 meses para uma simples autorização. Vamos abrir incentivos fiscais para investimentos. Tudo isso dentro de três pilares. Econômico, social e ambiental. A Serra não precisa de crescimento a qualquer custo. Vamos focar nisso, arrecadar mais, trazendo investimentos e fiscalizando de forma efetiva, mas, não aquela de perseguição, só para arrecadar, e sim para ter um crescimento sustentável.
Quais são seus projetos para questões voltadas ao meio ambiente?
Não temos como fazer um fenômeno para que chova, então a Serra precisa preservar e despoluir os recursos que têm. Já deveria ter sido feito nesses 20 anos. Hoje nossas fontes de água estão comprometidas, lagoas estão contaminadas, é despejado esgoto e resíduos de empresas. Não podemos trazer mais empresas poluidoras, além disso, temos uma PPP, que está muito lenta na cidade, quase inerte. Outra situação é o Contorno do Mestre Álvaro, temos de olhar isso com cuidado, é uma obra estruturante, mas não podemos rifar aquele entorno todo com empresas e indústrias, sem ter planejamento, porque teremos mais problemas no futuro.
E sobre o problema de abastecimento de água na cidade?
Temos que montar um comitê para tratar da gestão da bacia do Santa Maria, com todos os municípios envolvidos, tratar em conjunto essa questão, não tem mágica, temos de trabalhar com o que temos na mão.
O que motivou a sua candidatura dado a largura eleitoral de Audifax e Vidigal?
Não estou caindo de paraquedas, minha candidatura não é oportunista, me preparo há 16 anos para isso. Fui líder comunitário e vice-presidente da FAMES. Como vereador, tudo isso me deu conhecimento de causa, não adianta só ter a vontade, é preciso ter conhecimento, me formei em direito, estou capacitado para isso. Com o gabinete itinerante andei em todos os bairros da cidade. Tenho experiência no poder executivo, durante 4 anos fui Diretor de departamento e edificações, onde se aprova os investimentos para o município. Pude ali reformular e dar uma nova cara ao departamento. Fiquei 4 anos na controladoria do município, trabalhei como assessor técnico. O que me motivou foi esse preparo. Isso é uma missão.
O que pretende fazer de diferente do que foi feito nas outras gestões?
O nosso governo será focado nas pessoas, os gestores se orgulham de obras, e muitos citam os números, mas muitas vezes temos só o concreto. O que adianta um CRAS, com 30 salas, e só 5 estão sendo usadas. Não adiante fazer novos investimentos, se não cuidar bem do cidadão. Um serrano que procura um posto de saúde, muitas vezes é atendido por um cabo eleitoral, e acaba sendo tratada como um animal. Temos escolas capengas, que a parte elétrica está comprometida, salas igual inferno de tão quente. O gabinete do prefeito é climatizado, por que as salas também não são? Temos de dar mais qualidades às obras que já estão concretizadas. Valorizar os professores, ter oportunidade de se qualificar mais, condição de trabalho adequada, planos de salário. Toda eleição se fala disso, e efetivamente nada se fez até hoje, precisa se ter essa valorização.
Como a internação do prefeito Audifax interferiu nas eleições da Serra?
Não somos donos da nossa vida, perdi minha mãe durante o processo eleitoral, fiquei em Minas Gerais por grande tempo, minha esposa opera dia 15, de câncer de mama, 6 meses de quimioterapia. Não esperava por isso, mas a vida é assim. Com o prefeito foi a mesma coisa. Foi submetido a essa enfermidade, e Deus o livrou desse momento difícil. Ele deveria estar na rua, mas como disse, não temos controle de tudo na nossa vida, e esse juízo de valor, é ele, a família dele e a sociedade que vão fazer. Para as eleições acredito que a desvantagem maior seja dele próprio.
Você tem andando pelas ruas, o que você sente da população?
A Serra teve seu tempo com o atual gestor e também com o gestor que quer voltar, os dois estão ai há mais de 20 anos, e foram importantes para a Serra, cada um deu sua contribuição, ninguém nega isso, mas há um tempo para cada coisa, e o tempo deles na Serra passou. Já fui por mais de 25 bairros, e o sentimento da população é a mudança, precisa mudar. Meu nome está colocado como uma oportunidade para mudança, ter uma política diferenciada. Quando se fica muito tempo no poder as pessoas se acomodam.