O Ministério da Saúde divulgou no final da manhã desta terça-feira (30) a lista das cidades que estão em alerta ou risco para surto de dengue, zika e chikungunya. Com mais de seis mil casos de dengue, a Serra é uma das cidades que se encontra em alerta. Ainda segundo os dados do Governo Federal, os municípios de Barra de São Francisco e Pedro Canário foram classificados com risco de surto.
A classificação do Ministério da Saúde é dividida em três cores: verde (índice satisfatório), amarelo (em alerta) e vermelho (em risco). A Serra está com a bandeira amarela, isso significa que o município deve ficar em alerta para um possível risco de surto das doenças.
Na semana passada, o Tempo Novo noticiou que a cidade estava correndo risco de uma epidemia de dengue. A afirmação foi dada pelo diretor do Centro de Vigilância Ambiental em Saúde, Gilberto Mário dos Santos, que conversou com a reportagem e explicou que a circulação do tipo 2 da dengue, que é considerado o mais grave, é uma das causas do aumento tão violento nos casos.
A Serra está entre as nove cidades do Espírito Santo com alta incidência acumulada das quatro últimas semanas epidemiológicas. Além disso, o município é o único da Grande Vitória a aparecer no ranking da Secretaria Estadual da Saúde. Dados da Prefeitura da Serra, divulgados na quinta-feira (25), mostram que o aumento dos casos, em comparação ao mesmo período do ano passado, é de 1.813%. Este ano já foram 6.391, enquanto no ano passado eram apenas 334.
De acordo com Gilberto, a dengue tem quatro variações de sorotipo e o tipo 2 não era visto no estado há mais de 10 anos. Como a população não estava tendo contato com o vírus, ela ficou mais suscetível para contrair a doença. “As chuvas que tivemos e a chegada do tipo 2 da dengue são alguns dos motivos para este aumento nos casos da doença. Esse é o tipo mais grave da doença e o que causa mais complicações, mas não era visto no estado havia muito tempo. Com isso, muitas pessoas estão tendo contato com o vírus pela primeira vez”, explicou.
Gilberto acrescentou que o município segue com o risco de uma epidemia. “A Serra ainda está em alerta máximo. Essa fase de alerta antecede uma epidemia ou surto; então, estamos trabalhando para combater o avanço da doença. O combate ao mosquito transmissor foi intensificado desde dezembro, quando percebemos através das nossas armadilhas a presença do tipo 2. Se não tivéssemos feito isso, a situação estaria muito pior”, disse.
Serra diz que intensificou combate ao Aedes aegypti
Através da assessoria de comunicação, a Prefeitura da Serra disse que o combate ao mosquito foi intensificado desde dezembro do ano passado com mutirões e forças-tarefas nos bairros com maior incidência. Ainda disse que os agentes têm atuado finais de semana. Entre as atividades realizadas, o município destaca a passagem dos carros fumacê, visita em domicílios e locais estratégicos como ferros-velhos, floriculturas, borracharias e ações educacionais.
O município ainda finalizou a nota enviada a reportagem dizendo que “foram ampliados os pontos de hidratação e coleta de exames, e há distribuição de repelentes nas unidades básicas”.
Saúde do Estado diz que não sabe o porquê do aumento
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) não soube explicar o porquê da explosão nos casos de dengue não só na Serra, mas em todo o Espírito Santo. O último boletim divulgado pela Sesa mostra que foram notificados 22.677 casos da doença em todo o estado. Na tarde de ontem, a assessoria da pasta disse que a Secretaria não sabe o motivo do aumento e ainda sugeriu à reportagem que pedisse explicação à Prefeitura da Serra acerca das razões do exponencial crescimento da doença na cidade.
