O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, garantiu a deputados capixabas nesta quarta-feira (18) que a água do Rio Doce, atingida pela lama vinda pelo rompimento das barragens em Mariana (MG) e que abastece os municípios do Noroeste do Espírito Santo, “não está contaminada e pode ser consumida pela população sem correr qualquer risco”.
A afirmação foi feita durante reunião com deputados e senadores capixabas organizada pela senadora Rose de Freitas (PMDB), coordenadora da bancada, com base em laudos técnicos emitidos diariamente desde o início da tragédia, no final da semana passada. A informação é da assessoria de imprensa da senadora.
Segundo a assessoria, durante a reunião, o ministro disse que os resultados dos testes feitos no último final de semana deram que a água captada do rio Doce tratada nas estações de abastecimento em Governador Valadares (MG) estão aptas para o consumo humano. Por isto também não haveria risco para a população capixaba que depende do Doce.
O ministro disse que não há metal pesado na lama que está matando tudo que encontra pela frente no rio. Informação bem diferente do que vem alertando alguns especialistas e do resultado da análise feita pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Baixo Guandu, que apontou presença de mercúrio, alumínio, chumbo e arsênio no leito do rio em Governador Valadares, entre outras substâncias, acima do limite considerado seguro por lei.
Amostras
Ao todo, segundo Gilberto Occhi, foram coletadas até agora 97 amostras do Rio Doce. Destas, 40 já tiveram suas análises concluídas e os resultados mostram que a água não possui metal pesado. “Por isso foi liberada a captação”, explicou.
A senadora Rose de Freitas sugeriu ao ministro a ampla divulgação do resultado dos próximos boletins para tranquilizar a população. “É importante divulgar por meio de boletins os resultados das análises para que todos saibam das reais condições do rio (Doce)”, destacou.
Nesta sexta-feira (20) o ministro deve voltar a Governador Valadares (MG) e Colatina (ES) para nova vistoria e se comprometeu a beber a água do rio Doce e a comer peixe em Colatina.
A Samarco (Vale + BHP Billiton), dona das barragens, iniciou a perfuração de seis poços artesianos em Colatina, que deve ser concluída até a próxima semana, além de ter enviado 52 carros-pipa para garantir o abastecimento de água na cidade.
Em Baixo Guandu o abastecimento da cidade está sendo feito com a água do Rio Guandu. Linhares capta água no rio Pequeno, que desce da lagoa Juparanã e não deve ficar sem água. Mas localidades como Regência devem sofrer o problema.
Perigo de novos rompimentos
Gilberto Occhi garantiu que as barragens com risco de novo rompimento (Santarém e Germano) em Mariana estão sendo constantemente monitoradas e que algumas obras de contenção já começaram.
O monitoramento das barragens, segundo o ministro, é feito pelo Ministério das Minas e Energia acompanhado do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e mineradoras responsáveis pelo dano ambiental e material, em Mariana e das cidades da calha do Rio Doce.