Conhecida por ter poucas árvores em suas ruas e avenidas, Laranjeiras iria ficar ainda mais árida no último domingo (15), não fosse a mobilização de moradores que evitaram o corte de ficus e sibipirunas em frente ao estádio do bairro, na 2ª avenida.
É que em volta do campo, que pertence a Associação de Moradores, está sendo construído um centro comercial que será explorado em regime de comodato e o investidor responsável, Ronaldo Zuchi, decidiu cortar as plantas. Mas na hora “h” os moradores do entorno foram até o local e impediram a ação.
“Foi no domingo pela manhã, bem cedo, por volta das 6h e 30. Uma vizinha ouviu o barulho do motosserra, foi a até a árvore e a abraçou. Só alguns galhos foram ao chão. Outros moradores apareceram, um começou a ligar para o outro e logo estava cheio de gente. Como o rapaz que estava fazendo o corte não apresentou autorização, a Polícia Ambiental foi chamada”, conta Érica Mullulo, que reside há mais de 30 anos no bairro.
Segundo Érica, na segunda feira (16), o responsável pelo centro comercial apareceu e até chegou apresentar uma autorização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) para o corte. Mas, diante da insistência dos moradores, teria desistido de cortar as plantas.
Outro morador do bairro, José Carlos Rodrigues, criticou a tentativa de corte e a suposta autorização da Semma sem que os moradores fossem consultados. “Essas árvores estão no entorno do campo desde o início dos anos 1980, logo quando o bairro começou. Retirá-las sem consultar a comunidade é um desrespeito”, avalia.
Ouvido pela reportagem na tarde desta terça – feira (17), Ronaldo Zuchi confirmou que desistiu de cortar as árvores. “A intenção era substituir por ipês, porém os moradores não querem. Mas devo fazer uma poda”, adiantou.
Zuchi não deu previsão de quando irá concluir o prédio, que deverá ter cerca de 14 salas comerciais.
Já a assessoria de imprensa da Semma disse que há autorização para o corte de três árvores por apresentarem “excessivo vigor de suas raízes e que causaram danos na calçada antiga, não sendo indicadas para arborização urbana. O parecer técnico é favorável à substituição das árvores por novos exemplares de médio porte de espécies indicadas no próprio documento (autorização de corte)”.