“Verba volant, scripta manent (As palavras voam, os escritos permanecem)”. Com esse trecho o vice-presidente inicia seu direcionamento à Dilma Rousseff em tom de desabafo, no dia 07 de dezembro.
Não vou entrar no mérito sobre o impeachment – apesar de pessoalmente ser contrário, mais por representar um risco maior à democracia e menos pelas consequências do atual governo petista –, mas sim tecer alguns poucos comentários sobre modus operandi do PMDB nacional.
Antes, porém, é imprescindível algumas generalizações. Em primeiro lugar, todos os partidos políticos buscam alcançar o poder e ponto. Em segundo, até mesmo por consequência dessa primeira afirmação, em qualquer agremiação partidária há divergências internas. Uma das diferenças entre os partidos, assim, é a forma (o modus operandi) como buscam seus espaços na estrutura de poder.
E nesse sentido o PMDB possui uma característica única: se mostra dividido para o mercado político. Com isso, há uma dificuldade maior em negociar seu apoio. São necessárias maiores concessões pois há vários ‘caciques’, além do presidente da sigla. Entretanto, essa divisão – e não podemos confundi-la com as divergências internas – é aparente. E as movimentações atuais de parte considerável de seus líderes tem mostrado isso.
O movimento do vice-presidente foi o retrato do que vinha se desenhando. Mal foi deflagrado o processo de impedimento da presidenta e logo nos dias seguintes iniciaram-se uma série de reuniões de gabinete com governadores e lideranças do PMDB.
Data venia (respeitosamente peço licença) para apresentar minha humilde opinião – que nem é tão divergente como requer o uso correto do termo.