Morador da Serra pega coronavírus pela segunda vez e fica internado na UTI

O advogado precisou ficar internado por cinco dias numa UTI após contrair o coronavírus por duas vezes. Foto: Arquivo pessoal

Quando o paciente é infectado pelo coronavírus e consegue vencer a doença, logo acredita estar imunizado contra o vírus, mas não foi isso que aconteceu com um morador da Serra. Alexandre Aragão afirma ter contraído a doença duas vezes em menos de três meses. A primeira infecção aconteceu em maio deste ano, quando a vítima sentiu sintomas mais leves, mas na segunda vez – que ocorreu no fim de julho – o advogado teve que ser internado numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Ao TEMPO NOVO, o morador de 42 anos contou todo a sua luta contra a doença pela primeira vez. De acordo com ele, ainda em maio – quando o Espírito Santo estava numa parte crítica da pandemia – ele foi diagnosticado com a Covid-19. Na ocasião, os sintomas foram perda de paladar e olfato, cólica abdominal e dor de cabeça. Após ficar em isolamento e tomar as medicações necessárias, Alexandre foi considerado curado da doença.

Mas no fim do mês passado (julho), o paciente teve uma péssima surpresa: voltou a sentir sintomas do coronavírus. Em primeiro momento, um médico que o examinou afirmou que sua garganta estava bastante infeccionada, e por isso, teria que tomar anti-inflamatórios. Mas depois de continuar sentindo os sintomas e ter uma piora no quadro procurou o hospital novamente.

Dessa segunda vez, que pode ter ocorrido a possível reinfecção pelo vírus, Alexandre sentiu febre forte, dor de cabeça, dores no corpo, falta de ar e quando foi consultado, sua saturação estava muito baixa. Por conta disso, o médico fez uma bateria de exames, sendo que um deles era o teste para coronavírus, que mais uma vez deu positivo. Como o paciente estava com o quadro agravado, precisou ser internado na UTI.

Alexandre entrou na UTI no dia 31 de julho e saiu cinco dias depois. “Não precisei ser sedado, pois os médicos conseguiram controlar a febre. Após cinco dias na unidade, fui transferido para o quarto e tive alta um dia depois. Agora estou em casa e irei fazer um novo exame para confirmar se já estou curado e livre para sair do isolamento”, contou.

O morador ainda afirmou que a  reinfecção aconteceu, mas os médicos ainda não sabem explicar o motivo. “Tudo isso é muito novo e no mundo todo ninguém sabe muita coisa sobre o vírus ainda. O fato é que peguei o coronavírus duas vezes. Agora, como isso aconteceu ninguém ainda sabe”, destacou o morador.

Primeiro e segundo exame: um feito em maio e outro no final do mês passado, sendo que o resultado saiu no início deste mês. Foto: Divulgação

A reportagem teve acesso aos dois exames que comprovam o teste positivo por duas vezes. Os resultados completos não serão divulgados pois contem informações pessoais do paciente.

Casos suspeitos de reinfecção no Espírito Santo

A reportagem questionou a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) sobre o morador ser reinfectado. Segundo a Sesa, foi estabelecida uma investigação sobre casos de reinfecção por Covid-19 no Espírito Santo. As primeiras verificações foram feitas em amostras de 21 pacientes. Destas, em 17 não foi possível realizar análise devido a falta de material da primeira coleta. Nas demais, a conclusão foi de três amostras descartadas para reinfecção e uma inconclusiva.

A Sesa informa que de acordo com novas identificações de suspeita de reinfecção, serão abertas novas investigações. Sobre o caso do advogado em especifico, a secretaria não comentou.

O que a ciência diz sobre a reinfecção?

Até o momento, a possibilidade de se infectar mais de uma vez pelo coronavírus é uma grande dor de cabeça para os cientistas. Isso porque eles ainda não conseguiram comprovar a reinfecção. Contudo, no dia 13 de julho, pesquisadores de uma universidade britânica anunciaram que a carga de anticorpos de recuperados do coronavírus pode cair drasticamente ao longo do tempo – depois de 3 ou 4 meses. Uma das sugestões da pesquisa é que a reinfecção é possível.

Caso isso seja comprovado, as discussões sobre a imunidade de rebanho – quando grande parte da população já está resistente ao vírus, por ter sido infectada ou vacinada, não seriam válidas.

Gabriel Almeida

Jornalista há mais de 10 anos, Gabriel Almeida atua como editor-chefe e repórter. Escreve com experiência para diversas editorias do portal. Além disso, assina a importante coluna: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades.

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