Quem transita pela Serra deve ter percebido que há um excesso de lixo doméstico acumulado nas ruas do município. Isso porque, neste início do ano, está havendo a transição entre as empresas responsáveis pela gestão do lixo: sai a EngeUrb e entra a Corpus, que venceu a licitação (em dois lotes) por R$ 290 milhões em cinco anos.
A Prefeitura da Serra foi acionada e disse que o serviço de coleta domiciliar de lixo está normalizado e que o recolhimento é feito três vezes por semana.
Já a empresa Corpus, em comunicado, afirmou que assumiu em totalidade a gestão do lixo às 6h da manhã de hoje (segunda – 06), portanto, o lixo acumulado até então, não seria de sua alçada.
Enquanto isso, a cidade está repleta de sacolas de lixos que se amontoam nas ruas e esquinas. Vários bairros foram afetados, como Feu Rosa, região de Jacaraípe, Laranjeiras e Civit.
“Aqui em Vila Nova de Colares na rua Itaipu, por exemplo, o dia da coleta é terça, quinta e sábado, mas desde a véspera do Natal que eles não estão cumprindo e as ruas estão ficando cheia de lixo”, relatou a moradora Denise Arruda.
De acordo com o morador da Serra, Msouzak Monteiro, o fato ocorre também no bairro Costa Douradam na região de Jacaraípe. “Rua Bariri desde a semana passada que não estão fazendo a coleta do lixo , geralmente passa na segunda quarta e sexta até agora nada”, lamentou.
Diana Paula também relatou o problema em Campinho da Serra II: “não passam desde a semana passada”. Para quem quiser ver os demais comentários, a reportagem fez uma publicação na Página do Facebook para que moradores da Serra deixassem seus relatos. Veja aqui:
Município vai gastar R$ 371 milhões com o lixo nos próximos cinco anos
Com valor estimado de R$ 371 milhões em cinco anos, a Prefeitura da Serra licitou em 2019 os serviços relacionados à limpeza urbana e descarte de lixo no município. A licitação foi fatiada em cinco lotes, de acordo com a natureza de cada serviço. A Corpus e a Marca Ambiental foram a vencedoras do certame. As empresas vão gerenciar um total de 150 mil toneladas de lixo por ano.
O primeiro lote que era o maior, tinha valor fixado em R$ 180 milhões. Trata-se do serviço de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. Que, resumidamente, é o trabalho feito pelos caminhões de lixo, que inclui retirada de entulho. Já o lote 2 se refere à limpeza de logradouros públicos, ou seja, o serviço de varrição de rua, “limpeza de valas, canais e lagoas ou similares”. Esse lote estava avaliado em R$ 112 milhões. A Corpus foi a vencedora desses dois lotes.
O terceiro e o quarto, com valor inicial de R$ 47 milhões e R$ 22 milhões, respectivamente, tratam-se da disposição dos resíduos em aterro sanitário e triagem de rejeitos da construção civil. Por fim, o quinto lote, que tem valor mais baixo, de R$ 10,5 milhões, refere-se ao tratamento e disposição de resíduos da saúde. A Marca Ambiental foi a vencedora e continuará fazendo o serviço.
PPP não saiu do papel
Vale lembrar que, no início do ano, a Prefeitura tinha a intenção de implantar uma parceria público-privada (PPP) na gestão do lixo. Chegou a ser elaborado um Termo de Referência. O valor do contrato foi estimado em R$ 2,5 bilhões em 30 anos.
No entanto, a chamada PPP do Lixo ficou no epicentro de uma disputa política entre o poder Executivo e vereadores de oposição. Na prática, a Prefeitura queria implantar a parceria por meio de decreto; já a Câmara, por meio de um projeto de lei aprovado em abril, obrigou o Executivo a tramitar a PPP dentro do Legislativo, o que fez a Prefeitura desistir do projeto.