Os moradores do Portal de Manguinhos, na Serra, estão se unindo em uma ação exemplar de preservação e recuperação ambiental. Desde 2023, um grupo de 15 moradores vem se dedicando à revitalização da reserva ambiental que circunda o bairro. Todo domingo, os “Guardiões da Reserva” se reúnem para um café comunitário, onde planejam as próximas ações de plantio e conservação da área.
Até agora, mais de 700 mudas já foram plantadas, incluindo espécies como Ipês, Pau-Brasil e árvores frutíferas como ingá, abacate e manga. Além disso, no final de 2023, foram plantadas 400 mudas de palmito açaí. “Suas sementes são apreciadas por diversas aves, como jacupembas, guaxes e tucanos, que é o que queremos atrair para nossa reserva”, explicou Darci Neris da Fonseca, um dos integrantes do grupo.
E a iniciativa não para por aí: em breve, o grupo pretende plantar mais 12 Ipês ao lado do condomínio Villagio de Manguinhos. “Estamos comprometidos em restaurar nossa reserva e garantir um ambiente mais saudável para todos”, afirmou Darci.
A ação conta com o apoio do Horto Municipal, que tem fornecido mudas e suporte técnico para o projeto. Além do plantio, o grupo também realiza a limpeza da área, garantindo que o espaço se mantenha protegido e livre de resíduos. “Recolhemos regularmente muito plástico, como garrafas, sacolas e marmitas, que acabam nos bueiros das águas pluviais”, relatou Darci.
O objetivo é criar um habitat natural atrativo para mais espécies de animais da Mata Atlântica e preservar as que já existem. “Temos jacupembas, guaxes, frangos-d’água-azul, saracuras, garças, seriemas, diferentes espécies de águias, corujas, pica-paus, curiangos-tesoura, curiangos-comuns, esquilos, porcos-espinhos, tatus, gambás, raposas, capivaras e jacarés. Pessoalmente, só vou parar quando vir tucanos nesta mata”, afirmou Darci.
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No entanto, os desafios são constantes. Os moradores enfrentam a ameaça de incêndios frequentes, especialmente devido à proximidade com uma Área de Proteção Ambiental (APA). No último dia 23 de agosto, um incêndio foi provocado na reserva após soltarem um rojão na área. “Sofremos muito com o fogo, que coloca em risco todo o nosso trabalho de recuperação”, comentou Darci.
O objetivo dos moradores é não apenas restaurar o meio ambiente, mas também conscientizar a comunidade sobre a importância de cuidar da natureza e evitar comportamentos que possam prejudicar a área, como o uso de rojões. “Queremos incentivar as pessoas a cuidar do meio ambiente e evitar atitudes que coloquem nossa reserva em perigo”, destacou um dos moradores.