Se depender do Ministério Público da Serra, os festejos de rua, como o réveillon e o Carnaval, não devem ocorrer este, como forma de se precaver diante de uma possível onda de Covid-19. Isso porque o promotor Pablo Drews Bittencourt Costa, que responde pela 3ª Promotoria de Justiça Cível da Serra, emitiu uma nota recomendatória para a Prefeitura sugerindo que tais eventos não ocorram.
Dr. Pablo alerta que os atuais níveis de vacinação ainda não permitem um controle epidemiológico suficiente para que festejos em vias públicas ocorram. Ele citou inclusive a nota técnica nº 24 emitida pela Secretária de Estado de Saúde, que já trás orientações sobre eventos abertos que possuem características próprias que muitas vezes dificultam o controle sanitário, como passaporte de vacina, uso de mascara e higienização dos ambientes.
“Não alcançamos os índices mínimos de vacinação que nos dê segurança para realização desses eventos. Ainda estamos numa pandemia, embora a situação esteja mais confortável, não devemos reduzir os cuidados. E hoje, na Serra, temos uma redução de pessoas indo ao encontro da imunização”, explicou Dr. Pablo.
O promotor lembrou que no início da vacinação, havia uma verdadeira corrida pelas doses, com demanda maior que a oferta nos sites de agendamentos, e que hoje, este serviço vem sendo oferecido sem agendamento prévio e em locais de fácil acesso, mas a adesão ao imunizante apresentou queda.
“No dia 07 de dezembro, nos tínhamos apenas 68% de pessoas com a D1 e 56% com a D2. Isso é preocupante; é preciso fazer uma alerta da importância da vacinação; estamos acompanhando o aumento de buscas por serviços hospitalares”, disse.
Para o titular da 3ª Promotoria de Justiça Cível da Serra, os motivos de pessoas não se vacinarem são variados, vão desde convicções política e religiosas, a descuido e confiança demasiada na primeira dose.
“Somente a D1 não é suficiente, não podemos esquecer que existem variantes… a todo tempo surge mutações. Por exemplo, a Organização Mundial da Saúde fez um alerta mundial a respeita da variante Ômicron, em que estudos preliminares apontam que ela tem um potencial de redução na imunização das vacinas. Por isso, não fechar o esquema vacinal (D1, D2 e a Dose de reforço), nos coloca numa situação de vulnerabilidade igual ao início da pandemia”, afirmou o promotor.
Pablo Drews Bittencourt lembrou que os eventos de rua com adensamento populacional não tem controle de pessoas vacinadas – método popularmente conhecido como passaporte vacinal.
“O recado que o MP quer passar é que a vacina vai muito além da própria vida da pessoa; quando não se imuniza, o indivíduo põe em risco a vida dos seus familiares amigos e vizinhos. Existem também implicações trabalhistas como demissão por justa causa por se negar a vacinar. Estamos falando de ciência; não existe isso de mutações de DNA; não causa outras doenças. É necessário apenas ter senso de coletividade, e assim vamos conseguir voltar o mais rápido possível à normalidade”, orientou.