A despeito de dois dos cargos mais importantes na política da Serra serem exercidos por duas mulheres, respectivamente Lourência Riani (PT-vice-prefeita) e Neidia Maura (PSD-presidente da Câmara da Serra e única vereadora da cidade), o universo político ainda é ambiente predominantemente masculino. Embora a legislação eleitoral garanta a presença de ambos os gêneros, ainda é uma tarefa difícil para os partidos convencê-las a participar. Mas há as que vão a luta.
A professora Fabíola dos Santos Cerqueira (PT) avalia que muitas situações precisam ser mudadas, mas aponta que não identifica nenhum nome para promover essa mudança. Em função disso, decidiu entrar na disputa. “É preciso levar para esse espaço demandas femininas”, defendeu.
Evelyn Renata Macedo é filiada ao PMDB. “Tenho berço político e quero fazer a minha história. Sempre trabalhei esperando o meu momento, e agora quero ser vereadora”, disse ela, que é servidora pública.
A também servidora pública Lina de Souza (Pros) acompanhava a família nas atividades políticas desde pequena. Ela diz que a maior dificuldade é disputar com os homens e também com as mulheres, que nem sempre são parceiras. “É um grande desafio que vale a pena”, avaliou.
Nadir Anísio (PSC) mora em Boa Vista, onde atua com diretora escolar. Ela critica a discriminação do eleitorado. “Embora a maioria dos eleitores seja do sexo feminino”, destacou.
Norma Suely Louzada (PSB) é diretora de uma escola municipal. Ela lembra que há alguns anos a mulher não tinha direito de votar. “Precisamos ser menos tímidas e nos colocar na política”, disse.
Coordenadora do PRB Serra, Zilda Souza Lima mora no bairro Colina de Laranjeiras e avalia que a cultura feminina é para não se envolver com política. “Apesar dos avanços, ainda é pequeno o número de mulheres que se interessam pelo debate político”, contou.
Do PSB, Kennya Ferone é assessora parlamentar. “Estou ciente do desafio que tenho pela frente, mas observo que a política está enraizada no ser humano. Pretendo atuar nos segmentos de esporte, lazer e direito feminino”, adiantou.
Homem ou mulher
Na Lei das Eleições (9.504), as cotas de gênero não dão conta de todas as situações que se colocam no interior dos partidos, como por exemplo, os transexuais. Filiada ao PT, Debora Sabará diz que ficará na cota feminina no partido. Coordenadora do Fórum Estadual pela Cidadania LGBT do Espírito Santo e membro de conselhos municipais e nacionais, ela avalia que a população LGBT está sendo massacrada com preconceito e estigmas. “Estar numa câmara defendendo as bandeiras de luta dos direitos humanos é defender todas as populações que sofrem preconceito: cigano, jovem, mulher, negros e outros. O termo gênero tem sido colocado de maneira equivocada, como ideologia, quando na verdade é identidade”.
Segundo informações da assessoria de imprensa do Tribunal Superior Eleitoral, a jurisprudência ainda não tem casos de transexuais. Sendo assim, quando do registro do candidato (a), essa questão será analisada pelo juiz eleitoral da cidade, a quem compete o recebimento e processamento do pedido de registro dos candidatos (as) nas eleições municipais.