Doença degenerativa que afeta principalmente a saúde cognitiva e a memória, o Alzheimer atinge cerca de 33% da população com mais de 85 anos no Brasil, segundo o Ministério da Saúde.
E pessoas do sexo feminino têm um risco duas vezes maior de terem a doença. Uma pesquisa realizada na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em parceria com cientistas americanos revelou que essa tendência pode estar associada a baixos níveis de uma molécula chamada carnitina.
Os cientistas identificaram baixos níveis da substância no sangue de mulheres com perda de memória, especialmente as com doença de Alzheimer.
Segundo pesquisadores, a descoberta pode levar à criação de um marcador biológico no sangue e, no futuro, ao desenvolvimento de novos fármacos para combater a neurodegeneração.
O médico geriatra Gustavo Genelhu explicou que a carnitina é produzida no fígado e nos rins, e pode ser obtida no organismo por meio do consumo de alimentos como carnes, ovos, leguminosas e laticínios.
“Novos estudos como este são muito importantes para nortear medidas tanto de prevenção quanto para viabilizar um diagnóstico precoce da doença, especialmente em grupos com maiores chances de desenvolver essa patologia. E descobrir o problema em sua fase inicial é fundamental para que o controle da doença seja mais assertivo e traga mais qualidade de vida para o paciente, seja homem ou mulher”, avaliou.
Campanha
O Alzheimer é uma das patologias destacadas na campanha Fevereiro Roxo, cujo objetivo é reforçar a importância do acolhimento de pacientes com o transtorno neurodegenerativo progressivo.
Embora o problema esteja diretamente associado à perda da memória, o geriatra esclarece: “Nem todo esquecimento ou perda de memória é Alzheimer. Essas falhas podem estar ligadas a outros fatores, como estresse, ansiedade, depressão e alguns tipos de medicamentos. De qualquer modo, quando o idoso começar a manifestar esse sintoma, mesmo que moderado, é importante que seja feita uma avaliação com seu médico”, orientou Genelhu.