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Multas milionárias a Arcelor por ‘chuva’ de pó na Serra

Morador mostra mão após passá-la no chão da casa em Praia de Carapebus. Foto: Divulgação

A ‘chuva’ de pó preto e brilhante em Praia de Carapebus tem responsável identificado. A poluição é da ArcelorMittal Tubarão, vizinha ao bairro. A conclusão é da Secretaria de Meio Ambiente da Serra (Semma) e do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), que multaram a siderúrgica em, respectivamente, R$ 9 milhões e R$ 2,7 milhões.

A multa da Semma foi emitida no último dia 12. Já a do Iema, que é o órgão responsável pela licença ambiental da ArcelorMittal, foi emitida na última quarta-feira (17). As autuações foram fruto de vistorias feitas por técnicos dos dois órgãos à área da empresa e também a ruas e residências de Praia de Carapebus, cujos moradores denunciaram ‘chuva’ de pó preto e brilhante que atingiu com tanta intensidade a região na noite entre os últimos dias 16 e 17 de junho que era possível ver as partículas no ar.

De acordo com assessoria de imprensa da Semma, a ArcelorMittal tem 30 dias para recorrer em primeira instância. Até à tarde de ontem (18), a siderúrgica não havia impetrado recurso, segundo a Semma.

Já a assessoria de imprensa do Iema não deu mais informações sobre a autuação. Ainda na noite do último dia 12, a Prefeitura da Serra divulgou que a poeira que a siderúrgica lançou e caiu em Carapebus contém minério de ferro e de carvão, além de carepa, rejeito da fabricação de aço e considerado material perigoso, segundo a Prefeitura. 

A secretária interina de Meio Ambiente da Serra, Laís Garcia, disse que a chuva de pó fez aumentar a incidência de doenças respiratórias na região. 

A empresa

Em nota, a ArcelorMittal disse que, durante sua apuração interna, aponta como possível causa do pó brilhante que atingiu a Praia de Carapebus o peneiramento do briquete (aglomerado gerado por coprodutos da empresa e reciclado na produção do aço), em um de seus pátios de coprodutos.

Disse que o peneiramento foi necessário em função de obras previstas no Termo de Compromisso Ambiental (TCA) para reduzir a poluição. Acrescentou que este briquete, que contem carepa em sua composição, não é material perigoso, conforme norma da ABNT. Diz, ainda, que essa atividade no pátio de coproduto foi suspensa preventivamente.

Como não havia recebido pareceres técnicos das multas até 11h30 de ontem (18), a empresa optou por não se posicionar sobre elas.

Redação Jornal Tempo Novo

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