A região da grande Jacaraípe passou no teste das chuvas que caíram no início de novembro e não registrou alagamentos expressivos no entorno da lagoa Juara e do rio Jacaraípe. Para a prefeitura da Serra, a dragagem e alargamento do canal do rio que liga a Juara ao mar foram decisivos.
Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, a obra deve ser concluída em dezembro. Maso que foi feito até agora já aumentou a vazão e evitou inundações. O canal, que antes em alguns pontos só tinha cinco metros de largura, agora tem 30m. As margens, em alguns trechos, receberam calçadão e ciclovia. Além disso, uma nova passarela de pedestres foi feita para travessia do rio.
De acordo com a prefeitura, as intervenções beneficiam 50 mil moradores da Grande Jacaraípe e o investimento é de R$ 12,3 milhões. O bairro Lagoa é um dos historicamente mais afetados por enchentes na região. Para o presidente da Associação de Moradores, Marcos Helmer ‘Marmitão’, a dragagem impediu que novas enchentes acontecessem nessas chuvas de novembro.
“Nem o rio nem a lagoa transbordaram. Não deu poça nas ruas. Antes da dragagem (iniciada em 2014) era só chover forte que dava pelo menos 60 cm de água nas ruas, entrava enchente nas casas. Em 2013 praticamente o bairro todo ficou debaixo d’água. Se não abrisse o rio a gente estava lascado”, avalia o líder comunitário.
Mas segundo a Defesa Civil da Serra, durante as chuvas de novembro uma casa alagou na comunidade vizinha, o Bairro das Laranjeiras, que é atravessado por um córrego que cai na lagoa Juara e tem influência do rio Jacaraípe.
“Nesse caso aconteceu porque a casa era mais baixa que o nível da rua e foi construída na beira do valão. Aí não teve jeito. Mas a água desceu logo, se não tivesse aberto o rio seria pior”, afirma ‘Marmitão’.
Vale lembrar em que em 2013, data da última enchente na região, choveu cerca de 700 milímetros (mm) em dezembro, sendo que a média do mês é inferior a 200 mm, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Já em novembro de 2018, a chuva caiu com mais intensidade entre os dias 07 e 09. Neste período, segundo a Defesa Civil Estadual, o acumulado de chuva na Serra foi de 145 mm.
Promessa de compensar manguezal destruído
A obra de dragagem/alargamento do rio Jacaraípe gerou impacto ambiental negativo. Cerca de 5,9 hectares de manguezais e matas ciliares foram destruídos. Como não dá para recuperar as margens originais, uma vez que o leito foi alargado e em alguns trechos essas margens receberam calçadão e ciclovia, a Prefeitura promete compensar o impacto recuperando uma área duas vezes maior de manguezais na região do Lameirão, próximo a Rodovia do Contorno de Vitória (BR 101).
Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, já foi assinado o contrato com a empresa que fará o serviço. No entanto a assessoria não adiantou custos nem data de quando começará o serviço. E também não respondeu se o contrato inclui algum trecho do próprio rio Jacaraípe onde seja possível recuperação das margens.