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Município fará obras nos sítios históricos do Queimado e de Carapina, diz secretário

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Thiago Carreiro é vice prefeito e secretário de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer da Serra. Foto: Divulgação/PMS/Matheus Rodrigues

Dois dos mais emblemáticos sítios históricos da Serra e do ES, as ruínas de São José do Queimado e a igreja de São João de Carapina. Enquanto o primeiro deve ter até o fim do mês licitação para a 2ª etapa das obras de restauro, a igreja de Carapina deve receber reparos e pintura. É o que afirma o vice-prefeito e secretário de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer da Serra, Thiago Carreiro, neste segundo bloco (leia o primeiro aqui) da entrevista concedida ao Tempo Novo no último dia 05 de maio.

A atual gestão da Prefeitura anunciou a 2ª etapa das obras de restauração do sítio histórico do Queimado. Quando começam e o que será feito?  

Quando chegamos, além de gerir os recursos da (lei) Aldir Blanc, fomos avaliar os projetos em andamento. E a gente que estávamos com prazo muito próximo de perder o recurso da 2ª etapa do restauro de São José do Queimado. Estava precisando de ajustes no projeto conceitual junto ao Conselho Estadual de Cultura. Porque precisa passar pela aprovação deles, por se tratar de patrimônio histórico do Espírito Santo.

E aí a gente correu muito, tanto nos setores de captação quanto de obras da prefeitura. Colocaram o projeto de restauro debaixo do braço, levaram à câmara técnica do Conselho Estadual e conseguiram aprovar, identificando todas as alterações que foram propostas. Antes esse projeto estava há quase um ano sendo enviado projeto e não conseguindo aprovação. Então chegamos, colocamos como prioridade, conseguimos fazer os ajustes, conseguimos no início de março a aprovação do Conselho de Cultura, foi um passo importante e a gente está caminhando agora com a aprovação dos outros entes – já conseguimos a do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Falta agora a Caixa Econômica avaliar os projetos complementares, porque é uma verba que vem do Ministério da Justiça.

A gente precisa licitar até maio, que é a data limite. Então colocamos como muita prioridade, é uma entrega importante para o nosso prefeito, ele tem essa sensibilidade e sabe da história, o monumento, as ruínas.

A primeira etapa das obras de restauração do Queimado foram entregues ano passado na gestão Audifax. A atual gestão Vidigal promete fazer a 2ª etapa. Foto: Arquivo TN/Bruno Lyra/ 03 – 03 – 20

O sítio histórico segue sem vigilância e isso tinha sido prometido pela gestão Audifax quando entregou a 1ª etapa da restauração em março de 2020. Vocês pretendem colocar essa vigilância no Queimado?   

A 2ª etapa das obras é justamente o que vai permitir a gente ter uma base lá. Porque hoje você não tem água, energia, banheiro, nenhuma infraestrutura para alguém ficar lá. E também vai nos permitir levar humanização, acessibilidade e recepção. E a gente tem instituições que são muito importantes aqui como o Fórum Chico Prego, os Guardiões do Queimado, escritores, historiadores. Então a gente tem uma energia muito grande para utilizar lá, recebendo visitantes.

Hoje a secretaria tem ido ao local duas vezes por semana, cuidando, a gente incluiu dentro do cronograma de limpeza e conservação da cidade. Também vamos pelo menos um dia a cada final de semana. É o que conseguimos fazer com os recursos que temos hoje. Na 2ª etapa a gente vai conseguir fazer muito mais, manter essa presença de vigia e recepção de turistas.

Tem algo previsto para a igreja de São João de Carapina, construída por índios e jesuítas há mais de 400 anos numa área onde São Anchieta realizou milagre e que hoje está ameaçada por obra de expansão do TIMS?

Sim. A gente está envolvido num projeto ainda muito maior que é o Circuito Jesuítico do Espírito Santo. Ele começa na Igreja de Reis Magos (Em Nova Almeida) e vai até o Santuário
Nacional de José de Anchieta (localizado em Anchieta, cidade do litoral sul do ES). A gente tem São João de Carapina uma conexão muito forte. É uma arquitetura Jesuítica, tem o relato da fazenda que existia no local. Então a gente quer conectar isso com esse circuito.

Quanto à igreja a gente já fez uma visita técnica. Ano passado a igreja foi invadida e estava literalmente abandonada. Quebraram um monte de coisa. É um patrimônio tombado pelo Conselho Estadual de Cultura. Então a gente fez um pedido para podermos fazer pequenos reparos e pintura – por ser um patrimônio tombado precisa de autorização e estamos aguardando essa autorização.

Também já estamos em contato com a paróquia responsável – missas ocorrem lá, só estão suspensas por conta da pandemia – para isso estar sendo reativado.

E os impactos da obra do TIMS, que tem autorização do meio ambiente municipal para cavar a cerca de 400 metros da igreja e a pouco menos de 100 metros das ruínas do casarão no sítio histórico?   

Nos preocupou muito quando a gente soube das denúncias. A gente acionou o Iphan, porque ali também é um sítio arqueológico. E o Iphan determinou condicionante em relação a isso. Um fiscal do Iphan foi ao local e identificou algumas coisas que estavam fora das condicionantes e embargou a obra. E a empresa (responsável pelo TIMS, a AGTI) teve que fazer a readequação dentro do projeto inicial e o projeto arquelógico foi aprovado, foi publicado no Diário Oficial da União.

Igreja de São João de Carapina foi inaugurada em 1584 e construída em local onde o São Anchieta realizou milagre de fazer um garoto mudo falar. Foto: Bruno Lyra/11 – 03 – 2021

Isso tudo foi agora em 2021?   

Sim, agora. O projeto apresentado pela empresa não impacta o patrimônio histórico de São João de Carapina. A empresa tem licenças ambientais concedidas pela nossa Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano. Da forma como o projeto foi aprovado ele está dentro dos requisitos apresentados. Quanto ao Iphan tinha lá uma clausula que se eles (o TIMS) encontrassem resquícios arqueológicos eles tinham que parar e acionar o Iphan. E foi isso que aconteceu. Encontraram alguns resquícios arqueológicos e o Iphan aprovou o projeto deles.

Que tipo de material arqueológico foi encontrado?  

Às vezes um pedaço de louça, um pedaço de outro elemento. Mas é preciso estudo para dizer realmente o que aquilo era. Por vias das dúvidas, tem de ter um projeto e o recolhimento do que for encontrado. O que eu queria marcar nisso é que a gente está acompanhando de perto junto a esses órgãos fiscalizadores, inclusive o Iphan e o Conselho Estadual de Cultura.

Comunicado – 05/11/2024 – 2ª edição

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