Na sessão ordinária da Câmara da Serra ocorrida nesta quarta-feira (01) o presidente da Câmara da Serra, Saulinho da Academia e o deputado Pablo Muribeca (ambos Patriota) entraram em conflito, acarretando na retirada de Muribeca do plenário da Casa de Leis. Desde então uma guerra de narrativas foi estabelecida, o que tem deixado à política da Serra em altos níveis de tensão.
O que se sabe, objetivamente, que é comprovado pela filmagem da sessão, é que Pablo esteve na Câmara durante a sessão em que um veto de um projeto de sua autoria, da época em que era vereador, estava pautado. Ao microfone, o presidente da Câmara, Saulinho afirma que o deputado não tinha autorização de entrar nas dependências internas da Casa de Leis e pediu que ele se retirasse.
“Peço a retirada do deputado Pablo Muribeca do Plenário… Não foi convidado pela presidência e aqui não é bagunça. Não é ‘esses lugar aí que você vai que é bagunçado’ (sic). Isso aqui é uma Casa de Leis. Aqui se entra quando se é convidado”, disse o presidente da Câmara da Serra, Saulinho da Academia. Com o transcorrer da sessão, alguns vereadores se pronunciaram sobre o caso: Darcy Júnior, Anderson Muniz, Artur Costa e Wellington Alemão. Todos solicitando retração por parte de Saulinho.
Desde então as assessorias se encarregaram de dar as suas respectivas versões; Pablo afirmou que foi “expulso” e apontou “perseguição”; já Saulinho caracterizou a entrada do deputado como “invasão” que estaria “gerando tumulto”.
O veto em questão é o de nº 79/2022, dado pelo prefeito Sergio Vidigal a um projeto do então vereador Pablo Muribeca aprovado em agosto do ano passado que visava determinar requisitos de escolaridade para ocupantes de cargos em comissão que exercem a função de Chefia das UAPS [Unidade de Atenção Primária], URS [Unidade Regional de Saúde] e UPAS [Unidade de Pronto Atendimento] da Serra. No parecer técnico que embasou o veto de Vidigal, a Procuradoria Geral do Município argumenta que de acordo com a Lei Orgânica do Município, a regulamentação a respeito dos cargos públicos da administração do Poder Executivo do Município é privativa do Prefeito, logo, portanto, quando tomada por vereador, a iniciativa seria inconstitucional.
O veto estava contido no Expediente do Dia, que é um rito obrigatório para que o documento seja incluído futuramente na Ordem do Dia e apreciados pelos vereadores, podendo manter o veto ou derrubar o veto. Abaixo segue os dois posicionamentos dados por Saulinho da Academia e por Pablo Muribeca, via suas assessorias de comunicação.
Saulinho diz que Pablo “invadiu” Câmara, cumpriu regimento e cobrou atitude no caso do Jayme
Em um texto encaminhado para a redação do Tempo Novo, Saulinho afirmou que: “em tom intimidatório, o parlamentar quis coagir vereadores a votarem em um projeto de sua autoria oriundo do período em que exerceu a função de vereador” e que “de acordo com o parágrafo 1º do artigo 184 do Regimento Interno, autoridades públicas só podem se localizar nesta parte para assistir a sessão a convite da administração”, e completou “fato este que não ocorreu”.
No texto Saulinho diz que mandatários “são bem vindos”, mas precisam respeitar os protocolos impostos pelo Regimento da Câmara. “Fui absolutamente surpreendido com a invasão do deputado, que chegou aos gritos pelos corredores. Ele está com o salto alto, precisa descer do salto”, disse Saulinho. O texto segue afirmando que Pablo estaria “aficcionado pela eleição de 2024, atropelando todos e com mania de perseguição”. Nas palavras do presidente da Câmara, Saulinho acusou Pablo de ser seletivo quanto às pautas relacionadas à Saúde, apontando omissão do deputado quanto à questão do fechamento do Pronto Socorro do Hospital Jayme Santos Neves que carreou maior demanda as UPA’s.
Segue trecho na íntegra: “Ele [Pablo] só pensa nisso [eleição], enquanto estamos aqui trabalhando para resolver o problema, ele age como um incendiário. Aqui na Serra, tem uma piada interna ganhando força, de que Pablo é Tigrão na Serra e tchuchuca em Vitória”.
“Abrindo o Pronto Socorro do Jayme, conseguimos aumentar em mais 10 mil atendimentos de urgência e emergência na Serra. Pablo que é deputado estadual deveria estar lutando por isso, mas é tchutchuca lá na Assembleia; daí ele vem para cá e vira machão. Somos vereadores da maior cidade do Espírito Santo e não vamos aceitar ser atropelados por um deputado que adora ganhar like usando o sofrimento do povo nas UPA’s”.
Por fim, o presidente cobrou do deputado que “traga recursos para a saúde e ajude a resolver de forma estruturante a saúde da Serra” e completou: “Parece que ele gosta de ver o povo sofrer, coisa de gente sádica. Ele tem poder de legislar sobre o Estado, cadê a ajuda a Serra?”, questionou Saulinho. E finalizou afirmando que se deixasse com que o deputado entrasse no plenário fora das regras estabelecidas, isso poderia fragilizar a Câmara: “Já pensou se a gente deixa isso?! Qualquer um vai querer invadir a Câmara para colocar dedo na cara de vereador”, completou.
O texto encaminhado pela assessoria de comunicação do deputado Pablo Muribeca, começa afirmando que “os ânimos estão acirrados no legislativo da Serra” e que “o deputado estadual Pablo Muribeca foi expulso do plenário da Câmara da Serra na tarde desta quarta-feira (1º de março) pelo presidente da Casa, vereador Saulinho da Academia (Patriota)”.
O texto transcreve na íntegra a fala de Saulinho ao microfone, já redigida na parte de cima dessa matéria, porém completa afirmando que o presidente da Câmara estaria “consternado”. E segue na íntegra: “chateado, o deputado [Pablo] se retirou do Plenário. O vereador Anderson Muniz (Podemos) convidou o deputado. Já o vereador Darcy Júnior (Patriota) ainda tentou argumentar com o presidente da Casa, mas foi rechaçado de forma enérgica”.
A assessoria de Muribeca ainda transcreveu o descontentamento do vereador Darcy Júnior com a retirada de Pablo do Plenário, que classificou como “desrespeitosa e lamentavelmente infantil também”, se dizendo “verdadeiramente muito chateado”.
Em outro trecho, a assessoria utilizou um parágrafo para transmitir outro posicionamento de Darcy em defesa de Pablo, que aqui a reportagem publica na íntegra: “Fico desanimado com os rumos que isso aqui pode tomar. Me leva a entender que a postura do presidente, com todo respeito, talvez atenda interesses que não estão presentes nessa Casa. Não sei se vossa excelência tem algum tipo de ciúme do deputado Pablo Muribeca, por conta do crescimento que ele obteve politicamente…”, disse o vereador Darcy Júnior e replicado pela assessoria de Pablo.
Por fim, o texto finaliza com uma declaração atribuída ao deputado a respeito do episódio. Pablo se diz perseguido e surpreso com a atitude de Saulinho. “O deputado Pablo Muribeca classificou o episódio como lamentável. Ele ficou surpreendido com a agressividade gratuita do presidente da Câmara da Serra, em quem, inclusive, votou quando era vereador no município”. E segue com a declaração: “Fiquei sem entender o que aconteceu e estou profundamente chateado com o ocorrido. Até bem pouco tempo essa era a minha Casa. O Saulinho é do meu partido, inclusive. Acredito que os ânimos estão muito acirrados na Serra, principalmente com o anúncio da desistência do prefeito de concorrer à reeleição”, disse Pablo.
E finaliza com as palavras do deputado: “Acho que o Saulinho, como aliado de primeira ordem do prefeito, deve ter ficado sentido com isso e resolveu colocar para fora. Ele sabe como sou querido na Serra e como o meu trabalho de fiscalização tem feito diferença na vida das pessoas que sofrem com essa gestão equivocada e atrasada no município. Mas adianto também que não sou, neste momento, candidato a nada. Acabei de ser eleito deputado, quero trabalhar muito pelo cidadão da Serra e exercer meu mandato da melhor forma possível. Ainda é cedo demais para falar em eleição municipal. O que garanto é que vou continuar brigando para que o serrano seja bem atendido nas UPAs e que tenha serviços prestados com dignidade”, afirmou Muribeca.
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