Tudo o que Deus fez, Ele mesmo considerou que era bom (Gn 1.31). Porém, vendo o homem só, Ele disse: “Não é bom que o homem esteja só!” (Gn 2.18). Deus fez a humanidade semelhante a Ele, um ser social, ou seja, com necessidade de existir em uma sociedade, de fazer parte de um coletivo ou de uma comunidade.
Enquanto descrevo essas palavras, vem uma lembrança muito agradável em minha mente. Me lembro de como a vizinhança era amiga! Você consegue se lembrar, de como as pessoas conversavam nas portas de suas casas até tarde da noite? Porém, com o advento da televisão e posterior avanço tecnológico, e a dependência das pessoas dessas tecnologias, trouxe um afastamento até mesmo dentro de casa.
Na pandemia do COVID-19 tivemos muitos desafios e mudanças em nossas vidas, incluindo a forma como nos relacionamos com os outros. O isolamento social e as medidas de distanciamento físico tornaram difícil manter contato com amigos e familiares, deixando muitas pessoas se sentindo solitárias e isoladas.
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A solidão é uma das consequências mais significativas causadas pelo distanciamento social e gera um impacto significativo na saúde mental e emocional das pessoas em todo o mundo, levando-as a sentimentos de tristeza, perda de motivação, desesperança e depressão. Logo, precisamos retomar a vida pós-pandêmica e este é um processo desafiador onde é importante ser gentil consigo mesmo e com os outros.
A Bíblia nos fala sobre a comunhão dos cristãos em Atos 2.42-47, e nos mostra como o companheirismo é essencial para a nossa vida e crescimento espiritual.
Nesse texto bíblico vemos como os primeiros cristãos valorizavam a convivência em comunidade. Eles se reuniam regularmente para se encorajar e fortalecer uns aos outros. Eles compartilhavam suas experiências, suas lutas e oravam juntos. Compartilhavam também seus bens uns com os outros, mostrando um profundo senso de comunidade e solidariedade. E isso foi o que fez dessa comunidade um lugar tão especial, onde o Espírito Santo habitava e atuava.
Assim como esses cristãos, hoje também precisamos cultivar o companheirismo e a amizade em nossa cidade, igreja, família e relacionamentos.
Esses valores são ainda mais importantes hoje em dia, quando as pessoas muitas vezes se sentem sozinhas e sem apoio. A amizade pode ajudar a aliviar o estresse e a ansiedade, além de trazer um senso de pertencimento e propósito. Quando estamos rodeados de amigos leais e confiáveis, nos sentimos seguros e protegidos, e isso nos permite enfrentar os desafios da vida com mais coragem e resiliência.
Quando nos unimos em amor e solidariedade, podemos superar qualquer desafio e nos tornarmos uma comunidade mais forte.
O companheirismo faz diferença!
Tom Rath, líder de prática global da Gallup, empresa de pesquisa de opinião dos Estados Unidos, afirma que “amizades no trabalho aumentam a satisfação dos funcionários em quase 50%”. Dwinght D. Eisenhower, presidente dos EUA no período de 1953 a 1961, também nos afirma que: “é melhor ter uma pessoa trabalhando com você do que três pessoas trabalhando para você”.
Salomão, o homem mais sábio do mundo, em seu livro Eclesiastes, assegurou: “É melhor ter companhia do que estar sozinho, porque maior é a recompensa do trabalho de duas pessoas. Se um cair, o amigo pode ajudá-lo a levantar-se. Mas pobre do homem que cai e não tem quem o ajude a levantar-se! E se dois dormirem juntos, vão manter-se aquecidos. Como, porém, manter-se aquecido sozinho? Um homem sozinho pode ser vencido, mas dois conseguem defender-se. Um cordão de três dobras não se rompe com facilidade” (Eclesiastes 4.9-12).
Podemos construir uma FelizCidade mantendo relacionamentos saudáveis e alguns passos simples podemos dar no dia a dia para crescermos em direção a isso, como: cumprimentar as pessoas por onde andarmos, ao entrarmos em um ambiente, aos nossos vizinhos; ser agradecido a todos que te servem durante o dia; ser sempre agradável ao solicitar ajuda às pessoas, sempre sorridente, amável. Lembre-se: o sorriso é a única semente que ao ser lançada nasce de imediato, e você consegue ver logo o reflexo de sua semeadura.
As pessoas estão carentes de demonstrações de amor. Dr. Gary Chapman, em seu livro “As Cinco Linguagens do Amor” desenvolve um conceito homônimo ao título do livro. Segundo ele, estas são as formas de expressar e receber amor: palavras de afirmação (expressar palavras positivas, encorajadoras e elogios); tempo de qualidade (passar tempo de qualidade juntos: passeios, churrascos, conversas); Presentes (com objetos ou gestos que demonstrem amor e carinho); atos de serviço (oferecer ajuda e realizar tarefas práticas); e, toques físicos (abraços, um apertar de mãos). É importante lembrar que estas atitudes podem ajudar a fortalecer os relacionamentos e melhorar a comunicação entre as pessoas.
E, aí!? Que tal melhorarmos como pessoas e darmos os passos iniciais para a construção de um relacionamento mais saudável em comunidade?