Mesmo com duas reduções valor determinadas pela Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT) nos últimos dois anos, o pedágio que a Eco 101 cobra dos motoristas na Serra já subiu quase 15%.
A cobrança no território do município fica ao norte, na zona rural, entre as localidade de Chapada Grande e Santiago da Serra. Atualmente um automóvel de passeio paga R$ 3,90, moto R$ 1,95, caminhão com dois eixos R$ 7,80, carreta (cavalo dois eixos puxando carreta com três) R$ 19,50
Quando a cobrança foi iniciada, em 18 de maio de 2014, os valores eram de R$ 3,40 para carro, R$ 1,70 para moto; R$ 6,80 caminhão dois eixos e R$ 17,00 carreta composta por cavalo dois eixos e carreta com três eixos.
E o último dia 16 março o valor era até mais alto que o atual. A partir daquela data, por determinação da ANTT, o pedágio caiu 3,6% nas sete praças de cobrança mantidas pela Eco 101 no trecho de 470 km sob sua concessão entre o limite do ES com o Rio de Janeiro ao sul e do ES com a Bahia ao norte. Na ocasião a Agência alegou razões técnicas para a redução.
Porém em outubro de 2019 a redução do pedágio na BR 101 foi determinada pela Justiça Federal, após ação movida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contra a Eco pelo não cumprimento dos prazos contratuais da duplicação da rodovia. Neste caso o recuo da tarifa foi de 11,72%.
Sem duplicação no município
Desde que a assumiu a concessão da rodovia em maio de 2013, a Eco 101 jamais duplicou os trechos que cortam a Serra. Da ponte do rio Santa Maria ao Sul, no Contorno de Vitória, até o viaduto da Serra Sede a pista já tinha sido duplicada pelo Governo Federal antes de repassar à concessionária.
Já o trecho entre Serra Sede e a ponte sobre o rio Timbuí ao norte, que deveria ter sido duplicado pelo Eco até maio de 2017, não foi feito. E boa parte do atual traçado da BR 101 deverá ser assumido pelo município. É que a Eco ficará com a gestão do Contorno do Mestre Álvaro. Vale lembrar que esta obra, que abrange pista duplicada, elevados e seis viadutos num traçado de 18,9 km entre o Jacuhy (ao sul) e Chapada Grande (ao norte), está sendo bancada pelo Governo Federal.
Previsto para ser entregue no final do ano que vem, o Contorno do Mestre Álvaro será integrado à BR 101 e já tem custo estimado em R$ 400 milhões. Enquanto essa nova pista não sai, os cerca de 40 km do atual traçado da BR 101 na Serra segue sendo um dos mais perigosos do país.
Inclusive nos cinco primeiros meses deste ano, foi o trecho capixaba da BR 101 campeão em acidentes, mortos e feridos, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Falta trevo e sobram buracos em Cidade Pomar
Apesar do trecho não duplicado entre Serra Sede e a divisa com Fundão, na ponte sobre o rio Timbuí, ser muito perigoso, é praticamente consenso entre os motoristas serranos que o ponto mais precário da BR 101 no município fica entre os Km 260 (Nova Carapina) e 261,5 (Campinho da Serra). É ali que está o acesso à Cidade Pomar, onde foi iniciado pelo Governo Federal um trevo que acabou não sendo concluído pela Eco 101.
No local a pista está cheia de buracos, ondulações e simplesmente não há pavimento nos acostamentos. A Eco alega que não reformou o local porque ainda falta a ANTT transferir o trecho para a concessão da empresa, fato que a ANTT confirmou ao Tempo Novo na última semana.
A Eco diz, através da sua assessoria de imprensa, que o processo de transferência desse trecho está em andamento e assim que estiver concluso fará melhorias na pista. A situação de abandono no trecho já fez até o município acionar a Eco na Justiça no início de 2019 para que a empresa pelo menos instalasse radares ali. O que acabou sendo feito pela concessionária.
A Eco 101 tem a concessão do trecho capixaba da BR 101 por 25 anos e tem como principal obrigação a duplicação do mesmo, além de dar manutenção.