Ayanne Karoline
O ano de 2016 amargou quedas nas vendas em datas comemorativas e vai encerrar com um rendimento baixo na melhor época para os comerciantes: o Natal. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES) prevê uma retração em torno de 4,3% em relação em relação ao mesmo período de 2015.
A Serra já sente o baque, mas os lojistas estão se movimentando com promoções e descontos para tentar reduzir o impacto negativo. É o caso do Palácio dos Brinquedos, que comercializa produtos para um público que não deixa de ser presenteado. A loja contratou 12 temporários para dar conta da demanda.
Segundo a gerente, Kenia Souza, o movimentou dobrou durante a semana, principalmente devido às promoções de até 50% nos brinquedos. “Porém, notamos que os pais têm gastado menos, cerca de R$150, o que já ultrapassou R$ 800 em outros anos. Sentimos que as famílias estão mais cautelosas”, revela Kenia.
Para a empresária Ivna Borsoi, proprietária da loja de calçados Ivy Borsoi, o Natal já está abaixo do esperado. Segundo ela, a semana que antecede a data geralmente é muito movimentada, o que não aconteceu este ano. Mesmo com promoções na porta da loja. “Colocamos rasteiras e sapatilhas com valores de R$ 39,90 a R$ 78,90, para atrair o publico que gosta de presentear. Apesar disso, o movimento foi praticamente igual ao dos dias normais”, explicou.
Na loja Capitu Moda Mulher a expectativa é de boa movimentação nesta sexta-feira (23), que antecede a véspera. Para isso, os preços de blusas e vestidos da coleção nova estão mais baixos. “ Estamos fechando mais tarde, às 19h, para atender os que deixam para última hora”, explicou a gerente da loja de Laranjeiras, Aline Abreu.
Apesar da realidade difícil, principalmente porque a crise nacional se somou a paralisação da Samarco e a seca que atingiu o ES, pesquisa do Sebrae mostra Dos 268 donos de pequenos negócios entrevistados, 16% respondeu acreditar que as vendas no Natal serão melhores que ano passado.
“O empresário precisa se preparar para vendas não tão volumosas para não ter prejuízo com gastos desnecessários e estoque cheio”, aconselha superintendente do Sebrae no ES, José Eugênio Vieira.