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Navegando num mar de sangue

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‘Policial morto a tiros e pedradas na Serra’; ‘Ciclista morre atropelado na Serra’; ‘Costureira é presa acusada de torturar o neto de 4 anos’; ‘Professora tem o carro roubado ao ir para escola’; ‘Corpo é encontrado carbonizado na Serra’. Esses são alguns dos títulos das matérias mais comuns sobre a Serra nos dois principais jornais do Estado: A Tribuna e A Gazeta.

A Serra monopoliza e esquenta as páginas policiais desses jornais todos os dias e tem sido assim por anos e anos. E não é só na mídia impressa não, nos programas policiais das rádios e TV´s do Estado a Serra domina o noticiário. Tem edições de A Tribuna que a Serra sozinha ocupa mais de uma das três páginas destinadas às reportagens policiais.

Essa é uma sina que a cidade carrega com ela desde o início de sua explosão demográfica, em meado da década de 1970, quando começou a construção da CST, hoje ArcelorMittal Tubarão, quando teve que se ‘importar’ milhares de operários para trabalharem na construção da siderúrgica. Naquela ocasião, o município tinha cerca de 17 mil habitantes e hoje está beirando os 500 mil.

São 40 anos de migração, que dá em média 12,5 mil novos habitantes por ano. Um fenômeno nacional, que acarretou em uma ocupação desordenada, provocando bolsões de pobreza, desequilíbrio social e com isso uma violência crescente que coloca a Serra no topo das cidades mais violentas do país. Na estimativa do IBGE divulgada na semana passada, houve acréscimo de quase 9 mil moradores no último ano.

Se essa violência, composta por assassinatos, roubos, assaltos, entre outros tipos de crimes, assusta quem vive no dia-a-dia da cidade, o que dirá quem está longe!? Um comerciante comentava na segunda feira que um primo lhe telefonou de Brasília, na segunda-feira à noite, após repercussão do caso do policial na mídia nacional, mostrando-se assustado com os números da violência no Estado e principalmente na Serra. Até mesmo uma viagem de carro cuja placa é da Serra costuma chamar a atenção de pessoas da cidade de destino.

Tarefa muito além da capacidade do município

A Serra é de uma contradição muito grande. Ao mesmo tempo que é uma cidade cheia de encantos naturais, próspera e dinâmica; carrega essa pecha.

Virar o jogo e vencer a guerra contra a violência é o grande desafio das autoridades. E é um desafio que tem que envolver os três níveis de governo: municipal, estadual e federal e contar também com o envolvimento dos poderes legislativo e judiciário.

As políticas públicas que vêm sendo adotadas ao longo dos anos para combater a criminalidade, não só na Serra, mas em praticamente todas as cidades cujo índice de violência são estratosféricos, têm se mostrada ineficientes, não conseguindo intimidar o mundo do crime e seus atores.

Um município sozinho não tem como vencer a guerra contra a violência, que tem no tráfico de drogas o seu principal elemento. Os municípios não têm autonomia para prender, julgar e condenar; não têm poder de polícia para vigiar seus limites e inibir a entrada de drogas; não é da sua competência o policiamento ostensivo e investigativo.

Não têm recursos suficientes para transformar os bolsões de pobreza em áreas dignas de serem habitadas; sozinho não tem força e nem recursos para transformar adolescentes e jovens propensos ou já inseridos no tráfico em pessoas comprometidas com uma vida profissional e social digna.

Apesar de todo o esforço que o poder público local vem fazendo ao longo dos anos, a situação se deteriora. E a julgar pelas condições econômica e política que o país atravessa, essa realidade tende a piorar.

Não é pessimismo, é realidade. Quanto maior a crise econômica, maior também é o buraco social e, nesse aspecto, vamos continuar a ver nossa Serra estampar manchetes de jornais e telejornais de forma negativa por muitos e muitos anos.

 

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