Categories: Mestre Álvaro

Nó difícil de desatar

Por Kleber Galveas

Em 1974, influenciado por Augusto Ruschi e Michel Bergman, tentei convencer o pintor Homero Massena, então com 89 anos, a participar de uma passeata, com o objetivo de despertar a consciência dos capixabas em relação à instalação do Parque Siderúrgico, em Tubarão, Vitória, Espírito Santo, Brasil.

A passeata nunca aconteceu. Massena faleceu em 1974. Motivado, deixou-nos uma moringa: de um lado desenhou o capixaba acanhado; do outro, um japonês agressivo (a parceira pioneira em Tubarão foi a Kawasaki).

Em 1997 iniciei o projeto ‘A Vale, a Vaca e a Pena’, que pode ser visto no site: www.galveas.com.  Como eu pensava que a poluição acabaria, a ideia era registrá-la no último ano da empresa estatal. Acreditava que, com a privatização, enfim, o governo desempenharia o seu papel constitucional, como agente fiscalizador e restritivo. Triste engano: a poluição aumentou, culminando com o início das operações da Usina 8, em 2015, autorizada pelo governador Paulo Hartung, em 2008.

Se o Governo do estado não tivesse compromisso com as contribuições à sua eleição e não prevaricado na legislação e fiscalização em Tubarão; se não tivesse tirado da cartola o velho e polêmico projeto das Wind fences, para justificar a aprovação da Usina 8, e tivesse dado atenção às considerações apresentadas por populares na Audiência Pública, de 21 de junho de 2006, na Ales, esse nó górdio, atado pelo governo, não existiria.

Nessa citada Audiência que ocorreu  para  licenciar a Usina 8 dissemos: “Para o próprio bem das siderúrgicas instaladas na Ponta de Tubarão, é preciso que seus novos investimentos sejam direcionados para outra área; e que se pense na gradual transferência das atividades siderúrgicas ali existentes.”

Urgentes paliativos devem ser adotados, para minimizar os “efeitos criminosos”, até a transferência se efetivar. A mudança é necessária, mas acredito que deva ser feita de maneira gradual, com bom senso e tolerância de todos os segmentos envolvidos nesse nó, dado pelo desgoverno. Ele sempre estimulou a empresa, aprovou seus projetos e, feliz com as contribuições eleitorais, fechou os olhos à gestão da coisa pública.

Kleber Galvêas é pintor e ativista ambiental e cultural

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

Últimas postagens

Equipe de transição de Weverson entrega relatório e destaca organização financeira da Serra

Nesta segunda-feira (23), a equipe de transição de mandato do prefeito eleito Weverson Meireles (PDT) concluiu o relatório final, formalizando…

6 horas atrás

Defesa Civil emite alerta de chuvas intensas no ES e assusta moradores; entenda o aviso

Alerta da Defesa Civil para risco de chuvas intensas foram enviadas para milhares de celulares e smartphones. Crédito: Divulgação A Defesa…

7 horas atrás

Estado oferta concurso público de nível médio com 600 vagas e salário de R$ 4.710

O Estado oferta concurso público de nível médio com 600 vagas e salário de R$ 4.710. Crédito: Divulgação O Governo…

12 horas atrás

Músico serrano EXK lança mixtape “Coração Cravejado” com cinco faixas de trap

O conceito da mixtape que é regada a trap music, nasceu em 2023, durante um momento de transformação na vida…

12 horas atrás

Provocação? Vila Velha invade a Serra para convidar os serranos para o seu Réveillon

A Prefeitura de Vila Velha invadiu a Serra para convidar os serranos ao seu Réveillon, nas praias canela-verde. Crédito: Gabriel…

13 horas atrás

Fundão inicia os tradicionais festejos folclóricos de São Benedito e São Sebastião

Os Tradicionais Festejos de São Benedito e São Sebastião em Fundão, prosseguem com a Visita à Bandeira, no dia 30…

14 horas atrás