Você já ouviu falar em pornografia de vingança? O termo se refere ao fato de uma pessoa, após o término de um relacionamento, expor imagens íntimas do ex-parceiro. Esse é apenas um exemplo de crime cibernético. De modo geral, as mulheres são as mais vulneráveis a esse tipo de crime. Para falar sobre esse tema, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Crimes Cibernéticos recebeu o especialista em Tecnologia da Informação Eduardo Pinheiro Monteiro.
De acordo com o pesquisador, as mulheres estão mais vulneráveis aos diversos crimes cibernéticos, incluindo violência psicológica, sexual e patrimonial. Elas foram as vítimas em 86% dos crimes desse tipo no Estado entre os anos de 2016 e 2018.
“Existe uma questão de gênero muito clara. E é preciso registrar que, no caso da pornografia de vingança, esse ato foi tipificado como crime somente em setembro de 2018”, destacou Eduardo Pinheiro, que também é fundador do Núcleo de Repressão aos Crimes Eletrônicos e atuou como chefe de investigação na Delegacia de Crimes Eletrônicos de 2000 a 2013.
A reunião foi presidida pelo deputado estadual Vandinho Leite (PSDB) e contou também com a participação dos deputados Delegado Lorenzo Pazolini (sem partido), Delegado Danilo Bahiense (PSL) e Capitão Assumção (PSL).
Capacitação
Pinheiro defendeu investimento na capacitação da Polícia Civil para investigação de crimes cibernéticos. “O ideal é que toda delegacia tenha uma seção de crime cibernético. Esse tipo de crime não é somente patrimonial ou sexual, por exemplo. É fundamental que existam essas disciplinas na formação do policial, além de capacitação permanente para investigação. Muitas vezes nós esbarramos na falta de capacitação e de estrutura para a resolução de crimes cibernéticos”, explicou.
Sobre a capacitação, os parlamentares decidiram buscar junto ao Executivo maneiras de viabilizar esse tipo de aprendizado. “Faremos indicação ao governo para que esse tema seja trabalhado tanto na formação do policial quanto na sua atualização”, disse o deputado Vandinho Leite.
O deputado Lorenzo Pazolini fez coro à demanda. “Nós precisamos fortalecer as políticas públicas de proteção as mulheres, mais vulneráveis e expostas a esse tipo de violência”, afirmou.