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Nova lei reduz proteção em áreas verdes da Serra

Obras em área de preservação entre Laranjeiras e Parreiral: brejos e córrego da região estão entre os ameaçados. Foto: Arquvito TN / Bruno Lyra

Conceição Nascimento

Bruno Lyra

Foi aprovada pela Câmara na última quarta-feira (30) o Projeto de Lei que abre caminho para  legalizar obras e construções feitas em área de preservação na Serra. Como a iniciativa é de autoria do próprio executivo, o projeto deve ser sancionado pelo Prefeito Audifax Barcelos (Rede) nos próximos dias.

Na prática a mudança permite que donos de imóveis que estão Zonas de Proteção Ambiental (ZPA), conforme definição do Plano Diretor Municipal possam receber licença ambiental e outras autorizações municipais. Desde que esses imóveis estejam em áreas urbanas já consolidadas.

Mas críticos da medida temem que a regra possa abrir precedente para uma corrida à ocupação aos cinturões verdes dos bairros, que já sofrem intensa pressão imobiliária. E estão entre áreas urbanas. São locais com restos de mata Atlântica, alagados e nascentes que alimentam córregos e lagoas do município.

“Esse projeto fere e lei orgânica municipal ao permitir que toda alteração e deliberação sobre áreas ambientais possa ser feito pelo Conselho da Cidade, Comissão Municipal de Avaliação de Impacto de Vizinhança e Secretaria de Meio Ambiente sem que os vereadores sejam consultados. Se o prefeito quiser fazer alteração sobre área ambientais, não precisa mais da Câmara. Votei contra e vou recorrer ao Ministério Público. Existe muito jogo de interesse”, acusa o vereador Pastor Ailton (PSC).   

Líder do prefeito na Câmara, Luiz Carlos Moreira (PMDB), discorda.  “Estamos dando o direito ao Executivo de se movimentar mais rápido e poder atrair empresas e investimentos”, disse o líder do Governo na Câmara, Luiz Carlos Moreira (PMDB).

Quem também defende a nova regra é o secretário de Meio Ambiente do município, Marcos Franco. “Vai permitir a legalização de imóveis e empreendimentos que estão em locais ocupados há muito tempo, onde seria inviável retirar a cidade. E isso não vale se o imóvel tiver em unidade de conservação”, observa.

Além de afrouxar as ZPA´s, o Projeto de Lei também trouxe outras mudanças. Uma delas é na composição e funcionamento do Conselho da Cidade, órgão com representantes do poder público, empresários e sociedade civil responsável de dar ou não aval a instalação de empreendimentos na cidade.  A nova regra também flexibiliza o número de vagas de estacionamento em projetos de prédios públicos.    

 

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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