A quantidade de moradores em áreas de risco de deslizamentos de terra na Serra caiu de 40 mil, em 2016, para 18 mil, em 2024. O dado que aponta uma redução de 55%, pertence ao Plano Municipal de Redução de Risco (PMRR) da Serra de 2024.
A iniciativa foi apoiada pelo Ministério das Cidades e Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). O estudo visa mapear e mitigar as áreas mais suscetíveis a desastres, como deslizamentos de terra e alagamentos.
Em 2023, o Ministério das Cidades anunciou a criação de 20 planos de mapeamento de áreas de risco no Brasil. Serra foi uma das cidades selecionadas para receber o apoio federal, uma oportunidade que surgiu após o município ter realizado um mapeamento preliminar em 2016. A parceria foi formalizada por meio de um termo de adesão, que garantiu a destinação de recursos para a UFES. Com o financiamento, pesquisadores começaram a trabalhar na atualização do plano de risco do município, com foco na segurança de seus moradores.
A primeira fase do mapeamento foi iniciada em março de 2024, com uma equipe visitando as áreas mais vulneráveis. Em dezembro, os pesquisadores concluíram a análise dos dados de 2016, resultando em uma atualização do número de pessoas vivendo em áreas de risco. Enquanto no mapeamento anterior cerca de 40 mil pessoas estavam localizadas em zonas de alto risco, agora, esse número caiu para 18 mil. A diminuição pode ser atribuída aos investimentos feitos pelo município nos últimos anos, com foco em resiliência e infraestrutura.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil, Tenente Coronel Fábio Maurício, “os investimentos em soluções estruturantes, como a construção de muros de contenção e proteção de encostas, tiveram um impacto positivo na redução da vulnerabilidade.
Além disso, o projeto é composto por medidas não estruturantes, como programas educacionais sobre prevenção de desastres nas escolas. “Elas também contribuem para o aumento da conscientização e da segurança da população”, apontou o Tenente Coronel, ao Jornal Tempo Novo.
A atualização do plano também trará um ranqueamento das áreas de risco, permitindo que o município priorize os bairros que mais necessitam de intervenção. Com 59 bairros mapeados e 309 setores identificados como áreas de risco, as autoridades locais estão agora focadas em adotar medidas para proteger essas regiões. O processo de ranqueamento, ainda em andamento, indicará quais áreas receberão mais rapidamente os recursos e investimentos necessários.
Benefícios da diminuição das áreas de risco na Serra
Uma das principais vantagens do plano é que ele oferece um diagnóstico detalhado das áreas mais vulneráveis. Isso permite que as ações de prevenção sejam mais eficazes. Como ressalta o coordenador, a prevenção é fundamental para evitar danos maiores, tanto materiais quanto humanos. “Muitos estudos apontam que para cada dólar investido em prevenção, a economia pode chegar a sete dólares em resposta a desastres”, afirma Fábio Maurício. Dessa forma, há o reforço da importância de decisões conscientes para mitigar riscos antes que se tornem uma realidade.
A conclusão da terceira fase do mapeamento está prevista para setembro de 2025. A colaboração entre as esferas federal, estadual e municipal, juntamente com as universidades, tem sido fundamental para o sucesso desse projeto, que visa proteger a população e minimizar os impactos de desastres naturais.