Qual a influência do “bolsonarismo” nas Eleições 2020?
Essa é uma pergunta frequente nas rodas de conversa da política serrana.
Prefiro raciocinar de forma mais abrangente. Afinal, o assunto é complexo, havendo muitos fatores a serem observados para evitar precipitações.
Antes de mais nada, é preciso compreender que o fenômeno Bolsonaro ascendeu na esteira da crise de segurança pública brasileira.
Nas Eleições de 2018, havia opções de todas as vertentes políticas, ideológicas e culturais. Cito as mais notórias: de esquerda (Boulos), de Centro-Esquerda (Haddad e Ciro), de Centro-Direita (Alckmin) e até Ultraliberal (Amoêdo).
Mas no fundo, a semente do Bolsonarismo (Ultradireita autoritária) brotou do lugar-de-fala diferenciado do capitão frente ao debate da Segurança Pública. Havia um terreno fértil para isso na cena política brasileira.
Portanto, quando refletimos sobre as perspectivas do efeito Bolsonaro nas Eleições de 2020, a primeira pergunta que devemos responder é se o tema mais palpitante da última eleição presidencial tem ou não apelo no debate eleitoral do município da Serra.
A segunda interrogação é se existe na cena política local algum nome identificado com o assunto, marcadamente, aos olhos da população. E se o postulante está previamente posicionado para encarar a disputa eleitoral.
Visto que, se o paralelo é o “bolsonarismo”, devemos levar em conta que o nome do então candidato presidente não surgiu de paraquedas nas vésperas do pleito de 2018.
No caso da Serra, é relevante observar que os movimentos do Prefeito Audifax que mais repercutem, quando o assunto é a sucessão de 2020, são aqueles que sinalizam para pré-candidatos da área de Segurança Pública.
Ora, o Chefe do Executivo local é quem mais tem acesso às pesquisas de opinião, sobretudo qualitativas. Portanto, o Prefeito Audifax já sabe o quanto a pauta da violência urbana terá (SIM!) centralidade no debate da sucessão municipal.
Ao mesmo tempo, notamos que existe certo vazio de nomes ligados à Segurança Pública previamente posicionados para o cumprimento da missão. Particularmente, na seara governista.
O falatório nos bastidores é que após o Coronel Nylton bater em retirada, os esforços do Prefeito voltaram-se para o convencimento do delegado Sandi More, que teria descartado qualquer possibilidade de candidatura.
Ato contínuo, a última cartada do Audifax foi apadrinhar a filiação da delegada Gracimeri Graviorno ao PV, deixando-a no “aquecimento” como pré-candidata à prefeita.
Correndo por fora, ainda há o nome do vereador Cabo Porto, que segundo o “zum-zum” dos bastidores, aparece bem nas últimas pesquisas da Prefeitura. Demostrando potencial para esquentar o jogo da sucessão serrana.
Diante do quadro, não está descartada a possibilidade da Serra ser governada por um policial a partir de 2021. Independente do alinhamento retórico e ideológico ao bolsonarismo.
BURBURINHO
– Aliás, o vereador Cabo Porto voltou a se animar com a possibilidade de ser Prefeito. O primeiro passo é deixar o PSB e conseguir abrigo numa legenda que lhe dê autonomia para ser o candidato do Audifax.
– O PROS/Serra intensificou a divulgação da pré-candidatura do Drº Gustavo Peixoto. O Partido patrocinou post nas redes sociais com uma entrevista do médico reafirmando a disposição de concorrer à Prefeitura.
– A nova Presidência do PT-ES será eleita no Congresso Estadual que acontecerá no próximo final de semana, no Hotel Serra Grande, em Laranjeiras. A expectativa é que haja disputa apertada entre Hélder Salomão e Jaqueline Rocha.