Passados seis meses do segundo mandato da presidente petista Dilma Roussef o que se vê é o caos: uma grave crise econômica financeira, política e moral, ao ponto dela figurar com apenas 9% de avaliação positiva nas pesquisas feitas pelos institutos de pesquisas que mensalmente fazem essas aferições.
Não há como um governante se sustentar no poder em uma nação do tamanho e da importância do Brasil com apenas 9% de avaliação positiva e com o seu partido, o PT, sendo literalmente achincalhado por uma diversidade de segmentos nacionais.
Dilma não encontra sustentação popular e nem política para se manter no cargo e está prestes a perder a sustentação jurídica, uma vez que o Tribunal de Contas da União (TCU) segue questionando as suas ‘pedaladas fiscais’. O fato, que ficou notório nos noticiários durante o primeiro semestre, se refere aos empréstimos junto a bancos públicos federais (Caixa e Brasil) para pagamento de programas sociais e contas da União, contrariando a lei.
A presidenta Dilma também está muito próxima de perder a sustentação jurídica eleitoral junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). É que o órgão está analisando as denúncias de dono de uma empreiteira da Petrobras que, em delação premiada, afirmou ter feito doações ilegais para a campanha de reeleição de Dilma, em 2014.
Se um dos dois colegiados – TCU e TSE – julgarem procedentes as denúncias, será o ponto de partida para o Congresso Nacional analisar o pedido de cassação do mandato da presidente. Se for pelo TCU, o caso torna-se improbidade administrativa e só ela corre o risco de perder o mandato e o vice Michel Temer (PMDB) pode tornar-se o presidente.
Se Dilma se enrolar junto ao TSE e as contas da chapa a presidente da República: Dilma e Temer forem rejeitadas, os dois correm o risco de perderem o mandato, assumindo o cargo o presidente da Câmara, que convoca novas eleições para daí a três meses.
Portanto, o que se vê hoje através da imprensa é uma discussão entre cúpulas, da mais alta esfera da nação, que passa pelos setores políticos, empresariais e jurídicos, sobre o modelo que prevalecerá para buscar a cassação do mandato de Dilma.
Da bola de cristal às evidências conjunturais
Tão logo terminou o primeiro turno da eleição presidencial de 2014, publicamos aqui um artigo que previa um ano difícil para qualquer um que fosse eleito: Dilma Roussef (PT) ou Aécio Neves (PSDB).
Apontamos que se o eleito fosse Aécio, teríamos movimentos sociais capitaneados pelo PT promovendo greves e manifestações em retaliação ao governo, que obrigatoriamente teria que tomar medidas drásticas para estancar a crise afetando todos. Seria um ano difícil.
Já se a eleita fosse Dilma Roussef teríamos momentos difíceis. De imediato com o aumento dos preços administrados pelo Governo, como os combustíveis e a energia elétrica afetando a cadeira produtiva e os bolsos de todos, com disparada da inflação e diminuição da atividade econômica.
O que não teríamos seriam os movimentos sociais nas ruas, promovendo manifestações e greves. O que de fato não está acontecendo.
Previmos ainda que a situação política se agravaria com as denúncias de corrupção na Petrobrás cada vez mais perto do governo, do ex-presidente Lula e da alta cúpula do PT. E que não tardaria um movimento pró- impeachment da presidente Dilma ganhar corpo.
Tais previsões não são difíceis de serem feitas. A situação econômica do país começou a declinar no final de 2008, com a crise imobiliária nos Estados Unidos, que se estendeu para a Europa e nos anos seguintes com a redução do crescimento chinês, de 12% ao ano para 7%.
Os Estados Unidos se restabeleceram, a Europa continua com problemas pontuais e a China se mantém no crescimento de 7%, que implica em comprar menos do Brasil. Nesse interim, o Brasil inteiro passou a conhecer os escândalos de corrupção que assolaram a Petrobrás, que por sua vez gerou uma crise ética e moral sem precedentes.
Na macroeconomia o Governo Federal não adotou medidas efetivas para conter a crise, optando por medidas paliativas que só adiavam a eclosão da mesma; tudo em favor do projeto de reeleição da presidente Dilma e da manutenção do PT no poder.
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