Neste sábado (22) a lendária banda mineira 14 Bis se apresenta no Parque da Cidade nas comemorações de 40 anos de Laranjeiras. Tempo Novo bateu um papo com o baixista e vocalista Sérgio Magrão, que falou dos planos do conjunto que completou 35 anos, o momento da música brasileira e o que o público pode esperar da apresentação. Confira.
São 35 anos de 14 Bis. O que motiva o grupo a seguir na estrada?
A partir do momento que a gente gosta do que faz, vale a pena. Gostamos de gravar também, mas o contato com o público nos motiva a tocar o barco, mesmo num ambiente bravo, onde já não há tanto espaço para canções bem elaboradas, com boas letras. Mas acredito que a qualidade sempre vai vencer.
Desde 2004 com o álbum ‘Outros Planos’, o grupo não grava em estúdio. Com o perdão do trocadilho, há novos planos para isto?
É uma luta contra o mercado. Hoje só se vê artistas fazendo releituras, gravando outros compositores ou fazendo parcerias. Estamos loucos para botar coisas inéditas. Planejamos um DVD de 35 anos onde pretendemos colocar seis canções novas, além da releitura de sucessos. Também estamos no projeto Encontro Marcado onde nos apresentamos com Flávio Venturini (co- fundador do 14 Bis), Sá e Guarabira em várias cidades do país. Tem sido um grande sucesso.
Em junho o Brasil perdeu o compositor Fernando Brant, autor de músicas consagradas pelo 14 Bis. Qual o legado desse artista?
O trabalho dele com Bituca (Milton Nascimento) e outros parceiros vai ficar aí, para essa moçada toda. Tem três músicas dele que gravamos e marcaram muito: Bola de Meia, Bola de Gude; Canção da América e Nos Bailes da Vida. Fomos os primeiros a gravá-las. Nossos grandes ícones estão indo embora. Chico, Caetano, Ivan Lins, Djavan, Milton já estão pela casa dos 70 anos. Não são eternos, mas suas obras sim.
Houve queda de qualidade da música brasileira que chega ao grande público pela TV aberta e rádios?
O Brasil tem muita gente talentosa. Mas você liga a TV, vai ouvir rádio, vê muita coisa ruim. O público ficou sem opção. Há muita coisa que não deveria estar em alta. Grandes talentos ficam escondidos, muitos desistem da música, vão ser médicos, engenheiros.
Por outro lado a internet permitiu a redescoberta de grandes artistas. Como isso impactou o 14 bis?
Hoje 60% do público de nossos shows é de jovens de 15 a 25 anos. Graças a Internet e também aos pais que passaram nossas músicas para seus filhos. Temos até um fã clube mirim na cidade de Socorro, interior de São Paulo. Sempre tocamos por perto a criançada está lá, cantando nossas músicas. É emocionante.
Que conselho daria para quem está iniciando a carreira?
Não desista do sonho. Muita gente talentosa que não despontou no cenário se tivesse insistido um pouco mais uma hora aconteceria. É preciso apostar em boas letras, em qualidade musical. Tem que ter uma dose de sorte também.
O que o público deve esperar do show aqui na Serra?
Estamos no final da turnê de nosso último DVD. Vamos tocar 22 sucessos, músicas que marcaram nossa trajetória. Tenho certeza que a rapaziada vai curtir muito.
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