A obra abandonada da Escola Estadual Aristóbulo Barbosa Leão, em Parque Residencial Laranjeiras, gerou problemas para moradores da Serra na manhã desta quinta-feira (19). Isso porque uma parte das placas de alumínio que são utilizados para cercar o terreno se desprendeu, atingiu um carro e assustou pedestres que passavam pelo local.
O TEMPO NOVO esteve no local e constatou que o carro atingido pela cerca ficou com vários arranhões. O proprietário do veículo, Ramon Ribeiro, disse que foi um baita susto. “Minha esposa veio trabalhar e eu fui fazer uma consulta. Estacionamos o carro no local e algum tempo depois vi a cerca caindo por cima dele. Foi um susto grande”, explica.
Ramon ainda confirmou que seu veículo foi atingido. “Meu carro que acabou de sair da oficina foi atingido por essas placas. Isso é uma vergonha por parte do Governo do Estado que deixa esse terreno nessa situação. Agora eu quero saber se irão me ressarcir”, desabafa o morador.
Outra moradora que estava passando pelo local também ficou assustada com a situação. Segundo Tatiana de Souza, essa é a segunda vez que uma parte dessas placas se desprende. “Eu sempre passo por ali e essa é a segunda vez que isso acontece. Imagina se eu estivesse passando na calçada? Iria sofrer um grave acidente”, afirma a popular.
O TEMPO NOVO entrou em contato com a Secretaria Estadual de Educação (Sedu), que é a responsável pela obra, mas até o fechamento dessa reportagem, não obteve retorno por parte do Estado. Assim que a demanda for respondida, será publicada neste espaço.
Obras paralisadas, R$ 12 milhões gastos e prédio demolido
O prédio do ABL, em Laranjeiras, tinha 41 anos e começou a ser reformado em 2012. O custo divulgado na época era de R$ 9 milhões, e a reforma deveria ter sido entregue em julho de 2014. Porém, as obras foram paralisadas naquele ano. O motivo, de acordo com o Instituto de Obras Públicas do Espírito Santo (Iopes), é que a empresa contratada para executar o serviço faliu e abandonou o trabalho. Com a reforma, que não foi concluída, o gasto chegou aos R$ 6 milhões.
Logo no início das obras em 2012 os alunos foram levados para um espaço provisório onde funcionava uma faculdade em Jardim Limoeiro, ao lado do cruzamento entre as rodovias Norte – Sul e ES 010. Ao longo desses anos, o prédio vem sendo motivos de queixas e protestos de estudantes, que alegam falta de estrutura. Dentre eles, espaço precário para educação física, ausência de ar condicionado, ventiladores e parte elétrica com problemas constantes, além dos riscos de assaltos nas redondezas.
Enquanto as obras não andavam, o prédio do ABL, em Laranjeiras, ficou abandonado por quatro anos e foi demolido pelo Governo do Estado no final de 2018. Na época, o então secretário da Educação, Haroldo Rocha, afirmou que o espaço estava sem ‘boas condições’ para continuar a reforma. A demolição custou R$ 290,7 mil. Questionado pelo TEMPO NOVO sobre os valores gastos nas obras e os atrasos, Haroldo sugeriu pensar positivo e prometeu que a obra estaria licitada até o final de 2018, o que não aconteceu. Vale lembrar que foi demolido somente o prédio principal da escola, onde aconteciam as aulas. Foram mantidas da estrutura atual, a cozinha e áreas de apoio, refeitório coberto, área de serviços, vestiário, auditório e quadra poliesportiva.
Somando os valores da reforma não concluída, dos alugueis pagos e da demolição, o Governo do Estado já gastou cerca de R$ 12 milhões com a escola que ainda não está pronta. O valor ainda deve aumentar já que por enquanto a obra está só no papel.
Na última reportagem feita pelo TEMPO NOVO, o Governo do Estado prometeu que irá iniciar a obra do ABL no próximo ano. Serão gastos aproximadamente R$ 20 milhões para construir a nova escola.
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