Por Eci Scardini
Com o desenrolar que está tendo a campanha eleitoral na Serra, um desfecho já é tido como certo: uma parte do eleitor, muito maior do que a habitual, chegará no dia da eleição sem saber até mesmo quem são os candidatos a prefeito e sem nem saber em quem votar para vereador.
Com um prazo de apenas 45 dias, sem televisão e com restrições de doações e de gastos, as campanhas não deslancharam sendo que agora só faltam 36 dias para a eleição.
E como percorrer em tão pouco tempo uma cidade com mais de 120 bairros e 308 mil eleitores? Como conversar com os diversos segmentos organizados que compõem esse aglomerado urbano?
Para Vidigal (PDT) o desafio parece ser menor porque ele está bem de saúde e tem uma base de apoio grande, com maior número de candidatos a vereador, espalhados por praticamente todos os bairros, que de uma maneira ou outra carrega a sua campanha. Mesmo assim o desafio é enorme, pois o eleitor quer a presença do candidato a prefeito. Quer abraçar, apertar a mão; mas quer também reclamar, pedir e, sobretudo, ouvir.
Para o prefeito Audifax, que busca a reeleição, a realidade é de dúvida. Para ele, seus auxiliares e para todo o mercado político. A pergunta que se faz é: quando o prefeito sai do hospital? E em que condições? Essas perguntas nem mesmo os médicos devem ter condições de responder. E sem essas respostas, parece que tudo fica patinando.
É louvável o esforço que a equipe do prefeito faz nas redes sociais para manter a candidatura a pé, mas é nas ruas que ela surte o efeito, é pelo sensor dos olhos e dos ouvidos que ela entra no subconsciente das pessoas. De qualquer modo, é ainda desconhecido o efeito da guerra que se trava nessas redes sociais e só mesmo o resultado das urnas é que poderá dar uma dimensão do papel e da influência delas em uma eleição.
Desigualdades marcam campanha
Os desafios são imensos até mesmo para quem usa as redes sociais de forma exaustiva, como é o vereador Gideão Svensson (PR). Candidato a prefeito com apenas uma chapa de vereador (35 candidatos), Gideão trabalha para ser a sensação eleitoral da Serra. Mas como se tornar a sensação em um cenário bem diferente daquele delineado há pouco tempo atrás? Em uma disputa acirrada como se desenhava, via-se um segundo turno com clareza; mas hoje, com a ausência até então do prefeito Audifax nas ruas, essa clareza vai ficando distante, quase impossível.
Venturini (PPL) e Givaldo Vieira (PT) completam esse time que tem a incumbência de levar até o eleitor a campanha, mas ambos carecem dos mesmos problemas: falta de recursos financeiros e humanos. No caso de Venturini é até maior, pois ele e cinco abnegados candidatos a vereador, todos ‘marinheiros de primeira viagem’ saem todos os dias para as ruas na busca por votos e mais, dizendo ter certeza absoluta da vitória.
Só para se ter ideia das diferenças e das disparidades que permeiam essa eleição, tem candidato a vereador com campanha muito maior do que a campanha de candidatos a prefeito. Em Barcelona, há o exemplo do vereador Xambinho, candidato à reeleição que destoa dos seus concorrentes, com uma campanha mais visível na região do que as de Audifax, Venturini, Gideão e Givaldo.
O mesmo acontece em Jardim Tropical, onde o empresário Gilmar Dadalto, conhecido como Raposão, está dando as caras com muito material de rua. Por isto é possível que nos dois bairros e suas redondezas o número de indecisos seja menor do que em outros bairros.