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O distritão

Na última terça-feira, dia 26 de maio, foram votados na Câmara Federal as possíveis propostas para alteração no sistema eleitoral brasileiro. Todas as propostas apresentadas foram rechaçadas. Além do voto distrital, que já mencionamos em outro artigo, faltou fazer uma análise de como seria se adotássemos o distritão. Vamos explicar melhor…

De modo geral, o sistema distrital é baseado na divisão entre o número de eleitores pelo número de cadeiras a ser disputadas. Por exemplo, temos 23 vagas de vereador na Serra e pouco mais de 275 mil de eleitores – segundo dados de 2012. Assim, seria feito um recorte geográfico com 23 distritos, onde cada um teria cerca de 12 mil eleitores. Bairros como Feu Rosa e Vila Nova de Colares somados teriam três distritos inteiros e uma sobra eleitoral para compor um quarto distrito, conjuntamente com eleitores de outros bairros próximos. Mas como fazer para saber qual parte do bairro integra qual distrito? O que estaria em jogo ao colocar uma rua em um distrito ou em outro? É mais ou menos o que acontece no Orçamento Participativo na Serra, ao dividir bairros grandes como Planalto Serrano – Bloco A, B e C – e Campinho da Serra – I e II. As lideranças sempre vão buscar ampliar sua área de influência.

Dada a dificuldade em executar a divisão por distritos – o que poderia, gerar além das disputas políticas mencionadas, uma grande confusão na cabeça do eleitor – há a proposta de que cada município, nos pleitos para vereadores, e cada estado, para as eleições para deputados estaduais e federais, sejam considerados grandes distritos, ou seja, o distritão.

Nesse modelo, os 23 vereadores da Serra, os 30 deputados estaduais e os 10 deputados federais seriam eleitos somente segundo a ordem de votação. No modelo do distritão, por exemplo, Nacib teria sido eleito deputado estadual e Vandinho Leite seria hoje deputado federal, dado que estavam, respectivamente entre os 30 e entre os 10 primeiros entre seus concorrentes diretos.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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