Por Conceição Nascimento
Atual vice-governador do Estado, Givaldo Vieira da Silva (PT) se prepara para assumir uma das dez vagas de deputado federal, a partir de janeiro de 2015. Com a experiência que vai adquirir com este novo mandado, o petista pode ser uma jovem liderança credenciada a disputar a prefeitura da Serra em 2016.
A reeleição de Dilma pode trazer alguma dificuldade para o Estado, já que o governador eleito, Paulo Hartung (PSDB), apoiou o Aécio Neves?
Não acredito nisso. Dilma tem feito um governo de caráter republicano, atendendo a dirigentes, prefeitos, governadores de todos partidos, inclusive do PSDB. Continuará tratando o Espírito Santo dessa forma. A eleição já acabou. A própria presidente disse que governa o país trabalhando para todos os estados. Investimentos importantes estão acontecendo aqui e devem ter sequência.
O PT mais uma vez não venceu a eleição nacional no Estado. Qual a sua avaliação?
Considero uma votação extremamente importante, já que as grandes lideranças do atual governador, do ex-governador e demais lideranças estavam contra a reeleição da Dilma. Ela teve uma grande votação, mesmo com PT isolado aqui.
Mesmo assim o senhor considera que o partido teve bom desempenho…
Sim. Dobramos nossa bancada federal e fomos o único partido que elegeu mais de um deputado federal. O PT sai fortalecido e com uma boa representação.
O senhor foi eleito na chapa do ex-prefeito Sérgio Vidigal(PDT) e o há um desgaste crescente na relação do partido com a gestão Audifax. Como deve ser sua relação de deputado com o prefeito da Serra?
Minha ação vai ser institucional, cooperando com aquilo que seja do meu papel como deputado e com aquilo que seja bom para cidade. No condicionamento político vai depender da reflexão que o próprio partido vai fazer.
Alguns militantes do PT na Serra defendem a saída da administração municipal, alegando pouco diálogo com Audifax. Esse é o caminho?
Pretendo ouvir as lideranças do partido. Temos dois vereadores já com mandato, temos uma terceira pessoa que vai se tornar vereador, que é o Sabino. Temos a vice-prefeita, temos pessoas no governo. Vamos de fazer uma reflexão dentro do governo, ouvir as opiniões de quem está militando nesse âmbito municipal e tomar o melhor caminho.
O senhor pretende mandar emendas para Serra? Quais seriam as prioridades?
Vou mandar emendas para Serra; pretendo dedicar boa parte do meu esforço parlamentar para ajudar nossa cidade. A saúde será prioridade dos encaminhamentos por ser uma área carente na nossa cidade.
O senhor acumula a experiência de vereador, deputado, secretário e vice-governador. Isso o credencia para disputar a prefeitura da Serra em 2016?
Sem sombra de dúvida. Eu acumulo uma experiência diversa e muito rica. Conheço bem o Legislativo municipal, poder Executivo da Serra e de Vitória. Conheço o executivo estadual, tive experiência como deputado estadual, e agora como vice-governador durante quatro anos. Sempre dialogando com todos os municípios capixabas. Mais estou focado no meu mandato e não é tempo de pensar em eleições. Participarei dos debates internos na Serra. E muito mais presente no contexto político do município da Serra. Sem pensar em candidatura agora.
A polarização entre Audifax e Vidigal pode prejudicar a Serra?
Acho que nenhuma polarização é boa em nenhum lugar, isso vale pra Serra. O ideal é que não tenhamos disputa de poder, que tenhamos disputa de projetos para o município. Importa o fortalecimento de forças para o município e o próprio PT, que hoje é uma força. Toda força politica tem de estar equilibrada, discutindo projetos para cidade, e não revezamento de poder.
O senhor concorda que o Espírito Santo ficou isolado pelo Governo federal?
Não concordo com a afirmação. Acho que o Espírito Santo merece mais e vamos lutar por isso. Questiono profundamente essa postura colocada pela nossa representação federal e que coloca o Espírito Santo como patinho feio. Uma bancada deve ser eficiente em reclamar mostrando eficiência ao articular no plano nacional de maneira competente. Tem de superar os desafios para consolidar conquistas. Nada vai para os estados em nenhum lugar do país de maneira inerte. Falta capacidade de articulação para reverter desafios e consolidar novas conquistas. Acho que o Espírito Santo tem de dar um basta nessa situação de patinho feio e postura cômoda de ficar esperando.
Como avalia o futuro do PSB no estado?
Não tenho condições de fazer análise dos demais partidos. Temos de analisar bem as nossas legendas. Parece que o PSB ainda terá uma forte liderança, que é o governador. Ele continuará sendo uma força política, claro que enfraquecido com a perda do governo.
Qual será o foco do seu mandato?
Educação profissional, vagas nas universidades federais, no Pronatec. O Espírito Santo vem recebendo investimentos importantes, como o Petróleo e Gás, trazendo uma nova cadeia econômica. Quero dar um foco na regularização fundiária, colaborar com os municípios, buscar recursos. Existem bairros sem regularização, inclusive aqui na Serra.