Nas minhas andanças pelo município da Serra, sempre encontro pré-candidatos a vereador que falam dos seus planos para o próximo pleito e pedem dicas de estratégias eleitorais.
Um dos relatos mais comuns vem de lideranças que no passado “bateram na trave”, ficando nas primeiras suplências. A maioria é animada e acredita que “agora vai!”
Mas quando a conversa avança, noto que estes pré-candidatos fazem agora o mesmo que fizeram no passado. Ou seja, agem de forma voluntarista, sem um plano de ação capaz de gerar o melhor aproveitamento do tempo disponível de hoje até as eleições.
Já que não consigo conversar pessoalmente com cada um dos pré-candidatos a vereador do município, vou usar o espaço da coluna “FALAÇÃO” para publicar, esporadicamente, textos sobre técnicas e estratégias de marketing político.
Meu ponto de partida é chamar a atenção para o fato de que, pelo menos em tese, toda campanha eleitoral traz em si um ritual de satisfação e alegria, pois expressa um momento de grande contemplação democrática.
No entanto, também é verdade que a batalha pelos votos contém uma dinâmica de funcionamento bastante rígida, tensa e por vezes até estafante!
Afinal, trata-se de uma “guerra” com data marcada para terminar, da qual uns poucos sairão vencedores e a maioria terá que aguardar por uma próxima oportunidade!
De um lado, existe a pressão das regras eleitorais, que em 2020 trazem novidades bastante consideráveis. Particularmente, no tocante ao fim das coligações proporcionais e ao financiamento público de campanha.
Do outro, aspectos de natureza diversa dificultam que um amplo conjunto de tarefas seja executado numa porção extremamente curta de tempo, se considerado somente o período eleitoral propriamente dito, que desde 2016 tem apenas 45 dias.
Tudo isso faz com que o “fator tempo” seja um dos mais relevantes em todo o processo de elaboração e execução das ações necessárias ao sucesso eleitoral.
É por isso que não me canso de alertar: as direções partidárias e os futuros candidatos precisam ter a capacidade de elaborar e gerenciar adequadamente um planejamento eleitoral já no período que antecede às eleições propriamente ditas.
A estratégia bem concebida levará em consideração que o período “pré-eleitoral” disponibilizará uma porção de tempo “livre” que jamais existirá durante a campanha propriamente dita.
E que, portanto, os meses que antecedem ao início formal das eleições representam o momento ideal para a execução de inúmeras tarefas que se adiadas prejudicarão o desempenho futuro da candidatura.
Se você pretende ser candidato em 2020, lembre-se que a legislação eleitoral inibe somente o pedido “explícito” de votos durante a pré-campanha. Sendo bastante permissiva, por exemplo, no tocante ao uso das mídias digitais para fins de posicionamento estratégico do pretendente a cargo eletivo.
Isso significa que a corrida eleitoral já começou! A hora de fazer o planejamento estratégico, montar o plano de ação, distribuir tarefas e estabelecer os prazos de execução é agora!
BURBURINHO
– O deputado estadual Alexandre Xambinho está em todas. Durante o primeiro semestre de 2019, ele tomou pé do seu mandato na Assembleia Legislativa. Agora, o jovem parlamentar, que é morador de Barcelona, fincou o pé nas comunidades da Serra.
– Através das suas redes sociais, o deputado federal Sérgio Vidigal faz uma intensa campanha de associação da sua imagem às obras do Contorno do Mestre Álvaro e do Hospital Infantil da Serra. São benfeitorias que, de fato, têm a digital do ex-prefeito.
– Há quem diga que o falatório em torno do Coordenador de Governo, Jolhiomar Massariol, é revelador: o prefeito Audifax está cansado de procurar um sucessor de “fora da política”. Cá pra nós, o “super secretário” tem plenas condições de constar na lista de favoritos da Rede.