O PMDB nacional usa de muito sofisma para ver se não cola nele a pecha do petrolão, deixando essa conta única e exclusivamente com o PT e faz um discurso descolado do governo, como se ele não fizesse parte do mesmo, com a vice-presidência, diversos ministérios e cargos comissionados distribuídos dentro dos mesmos e em diretorias de estatais.
O discurso é esse, mas a prática é outra. Os dois principais ‘caciques’ peemedebistas, Michel Temer, vice-presidente e Renan Calheiros, presidente do Senado e a presidente Dilma Roussef (PT) estão cada vez mais abraçados e agarrados uns os outros para ver se salvam, uma vez que o cerco vem apertando para cima de todos eles.
A tese do impeachment está viva, mas são remotas as chances da presidente Dilma perder o mandato por esse caminho. No entanto são cada vez mais claras as evidências de uso de recursos desviados da Petrobras na campanha de reeleição dela e de Temer e isso fortalece a tese de perda do mandato, que arrastaria os dois para o cadafalso. Portanto Dilma e Temer tem unir forças para contrapor essa tendência, dando até a última gota de sangue se for necessário.
Já o presidente do Senado, Renan Calheiros encontra-se encalacrado com inúmeras denúncias de corrupção; umas já mais adiantadas que encontram-se no Supremo Tribunal Federal (STF) e outras que estão a caminho. Portanto ele tem que abraçar a presidente Dilma para manter uma sólida base de apoio no Senado e tentar segurar essas ações no STF.
Em meio a esse ‘abraçaço’ estão o ex-presidente Lula e o PT, de onde possivelmente deriva tudo. E não há como dissociar nenhum deles nesse momento em que boa parte da República e do Governo são passados a limpo, pelas mãos da Polícia Federal, por procuradores de Justiça Federal e pelo juiz Sérgio Moro.
Peregrinação de Temer & cia
O resultado desse envolvimento e relacionamento de Temer e Renan é o afastamento que partidos da oposição impuseram a eles, isolando-os e deixando-os cada vez mais nos braços do PT, de Lula e de Dilma. Isso se agravou mais ainda com relação a Temer depois de ele voltar atrás de suas recentes ações de rompimento com a presidente Dilma. Partidos como o PSDB, DEM, PSB, PPS, Rede, PV e outros menores se alinham cada vez mais entre si, distanciando do PMDB, do PDT, do PC do B e do PT, que são estreitamente ligados no Governo e no Congresso.
A dinâmica da política e as necessidades que o PMDB tem de ‘vender’ uma boa imagem para a opinião pública está levando os seus dois líderes, principalmente Temer, a percorrer os Estados e estreitar as relações com lideranças estaduais, como aconteceu no Espírito santo, quando veio aqui duas vezes em menos de três meses.
Esse posicionamento está fazendo nascer uma nova relação também nos estados. Historicamente aliados por aqui, PSDB e PMDB começam a dar sinais de distanciamento. Na capital, por exemplo, as conversas eleitorais estão muito mais próximas entre PSDB e PPS do que PSDB e PMDB, mesmo com a histórica relação do governador Paulo Hartung com os tucanos.
É possível que nas eleições municipais de outubro próximo muitas alianças partidárias sejam dificultadas em função dos interesses políticos vindos de Brasília e o PMDB seja cada vez mais jogado para os braços do PT.