Categories: Mestre Álvaro

O gigante abandonado

Por Edson Reis 

Ele é um dos nossos mais belos santuários naturais. Possui centenas de milhares de anos. Aos seus pés nasceu o mais populoso e industrializado município do estado, há 459 anos. Marca a paisagem de toda a região metropolitana da Grande Vitória.

Como um dos pontos mais elevados da Costa Brasileira, passou perto de ter sido o primeiro pedaço de Brasil a despertar os olhos de Pedro Álvares Cabral. “Mais belo que a Tijuca!”, teria afirmado o Príncipe Maximilian, autor de “Viagem ao Brasil”, de 1820, quando da sua visita ao Espírito Santo.

No correr desse mesmo século XIX encantou outro famoso naturalista europeu, Auguste de Santi-Hilaire; e também o Imperador D. Pedro II, ao ponto do monarca o ter desenhado, com traços de seu próprio punho, em seu diário de viagem.

Bem mais recentemente, no ano de 2012, impressionou o mundialmente conhecido urbanista Jaime Lerner, que projetou o desenvolvimento urbano da Serra para os próximos 40 anos, centralizando o contínuo crescimento do município a partir dele, que é o seu marco geográfico e histórico, repetindo os colonizadores.

Falamos do Mestre Álvaro. Um monte envolto em lendas e história, dono de uma área de preservação ambiental com mais de 3.400 ha de extensão. Contudo, um conhecido desconhecido.

Ao longo de duas décadas de atuação como fotógrafo profissional, o Mestre Álvaro sempre foi para mim um sedutor campo de trabalho, não só por seu natural encantamento, mas por todo universo de riquezas que ele representa.

O “Mestre” é imponente! Visto, mas não conhecido. E talvez esse desconhecimento é o que pôde ter proporcionado o “curioso” fato desse importante patrimônio capixaba e brasileiro continuar desamparado, ou seja, desprovido de ações e políticas públicas que estimulem seu valor, sua grande utilidade desusada, nos campos sociais, turísticos, ambientais, esportivos, educacionais, etc. que permanecem inertes, ou explorados de forma pouco organizada.

Hoje, infelizmente o que podemos encontrar no Mestre são os fantasmas da ignorância e do descaso, em face da sua proteção, preservação e os usos de suas potencialidades. Atualmente, considero esse santuário uma terra de ninguém, sem proteção, sem lei. E para quem ama a cultura e a natureza, isso chega a doer. Fica a pergunta: Por que não reconhecer verdadeiramente que diante de nossos olhos, temos um tesouro?

 

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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