Por Yuri Scardini
Depois dos prefeitos com menos de 40 anos, nesta semana, o governador Paulo Hartung (PMDB) recebeu mais um grupo de eleitos: o de jovens vereadores. O encontro serviu para esses parlamentares municipais receberem as bênçãos do guru da política capixaba, papel que Hartung tem gostado de encarnar.
Vinte vereadores foram convidados, entre eles, o serrano Alexandre Xambinho (Rede). O objetivo de Hartung foi apresentar aos jovens vereadores as dificuldades financeiras que as prefeituras devem enfrentar no próximo ano.
O governador tem gostado de aparecer com a roupagem de grande economista e político. Essa imagem tem sido vendida até para fora das fronteiras espírito-santenses. Mas é só ter um olhar um pouco mais atento, para ver que o ES enfrenta uma crise ainda mais profunda que a nacional. E nosso grande governador economista, que foi o capitão da nau espírito-santense nos tempos de bonança entre 2003 e 2010, não tem apresentado soluções efetivas para nos livrar do naufrágio iminente.
Dados do Ministério do Comércio revelam que as importações e exportações capixabas caíram mais da metade em cinco anos. E o que falar do PIB capixaba? A previsão é de queda de quase 15% em 2016, ante um recuo nacional pouco superior a 3%. A base da economia capixaba está pautada em uma indústria pesada – celulose, petróleo e minero-siderúrgica – atividades que enfrentam crescente questionamento no mundo. E que ficam vulneráveis a volatilidade do preço mundial das comodities e a variáveis como o desastre de Mariana.
Somos o segundo maior produtor de petróleo do Brasil. Não precisa falar muito da situação econômica que a Petrobrás passa. O minério é outra âncora da economia e outro produto que sofre com queda de preço e competitividade no mercado. A celulose é a base para a indústria do papel, tal indústria vem batendo de frente com as tendências da informatização mundial. Isso tudo sem falar do problema da falta d’água, que, em boa medida, reflete a falta de políticas eficientes para gestão de um bem tão precioso.