Bruno Lyra
A morte de André Ruschi na última segunda (04) após perder batalha contra uma infecção generalizada no hospital Jaime Santos, em Laranjeiras, tirou dos capixabas o influente ambientalista, educador ambiental e cientista . Mais do que isso, André era o guardião do legado de seu pai, Augusto Ruschi, patrono nacional da ecologia, cujo trabalho é referência mundial.
Parte preciosa dos apontamentos, amostras e coletas do velho Augusto estavam sob os cuidados do filho. Em Santa Cruz, no município de Aracruz, André tocava há décadas pesquisas na Estação de Biologia Marinha, legado de seu pai e que leva o nome dele.
André foi um dos pioneiros da educação ambiental no Brasil, com o projeto Arca de Noé na Estação de Biologia Marinha. Suas pesquisas e de seu pai embasaram a criação de duas reservas no mar capixaba. André ajudou a elaborar e redigir o artigo 225 da Constituição Federal de 1988, que trata do meio ambiente. Foi consultor das CPI´s que investigaram a poluição do ar na Grande Vitória.
As reservas de mata Atlântica em Nova Lombardia e Santa Lúcia, em Santa Teresa, outros dois legados de Augusto, eram também objeto de cuidado por parte do filho. Assim como a casa da família Ruschi, na Rua do Lazer daquela cidade.
André concordou com a doação do museu Melo Leitão, fundado por seu pai em Santa Teresa, para o Museu Nacional. Espaço onde hoje está o Instituto Nacional da Mata Atlântica.
É preciso que os governos e a sociedade capixaba saibam, com precisão, o legado deixado por André e tudo aquilo que ele guardou de seu pai. E que ajudem os herdeiros do clã Ruschi a cuidar disso, pois se trata de um patrimônio da humanidade que deve ser preservado.