Por Yuri Scardini
Na última segunda-feira (04) o jornal Folha de São Paulo fez um levantamento das finanças das 50 cidades mais populosas do Brasil comparando os dados de janeiro a novembro de 2015 e 2014. Constatou-se que das 50, 38 sofreram quedas nas receitas advindas de arrecadação de impostos. A Serra estava lá, foi o sétimo município que mais perdeu: – 7,6%.
Isto não é difícil de ser explicado. As principais fontes de arrecadação de impostos das cidades advêm dos repasses do ICMS e do ISS, para tanto é só olhar os dados de emprego do setor de comércio e de serviço que são grandes geradores destes tributos, para ver que foram os que mais demitiram na Serra em 2015. É sintomático, os setores estão amargando dificuldades econômicas e contribuindo menos com o fisco.
Somados a isso, a construção civil que também é uma boa fonte geradora de impostos, se arrasta. Há 8 anos a cidade vivia o apogeu do boom imobiliário, hoje, há pouquíssimos projetos em curso.
Além disso, o sustentáculo da economia da Serra, o setor industrial, também sente a baforada da crise. Vide a saída anunciada do centro de distribuição da Petrobrás no TIMS.
Para piorar o cenário, o Estado e a União não ajudam. Repasses e convênios estão cada vez mais raros. Recentemente o prefeito Audifax reclamou que nem 10% do que estava previsto desses recursos para 2015 vieram.
Fazer cortes nos gastos públicos municipais é um pouco mais difícil (ainda mais em ano eleitoral), as prefeituras não podem fazer igual à União, simplesmente não pagar. A cidade entra em colapso. Deixa de recolher lixo, limpar ruas, dar merenda escolar, piora o atendimento nos postos de saúde e prontos atendimentos. Enfim, não é uma opção.
Audifax tem uma grande tarefa pela frente. Precisa se dobrar para cortar mais gastos, buscar apoio de Paulo Hartung – que dá sinais de proximidade com Vidigal -, articular junto à bancada federal vinda de recursos e correr atrás de novas matrizes econômicas. Tudo isso em ano eleitoral.