Por Yuri Scardini
Após o anúncio do governador Paulo Hartung (MDB) de não disputar mais eleições, o mercado político capixaba ficou alvoroçado. Não é para menos, já que em tese, encerra-se um ciclo de quase duas décadas de hegemonia política de PH. As verdadeiras razões que levaram Hartung a tomar tal decisão é uma variável secundária nesse momento, já que há apenas 34 dias para o prazo de registro de candidatura, o grupo governista corre contra o relógio para conceber uma candidatura viável.
De cara o ex-governador Renato Casagrande (PSB) é favoritíssimo diante desse cenário. Mas esse, ainda desconfiado, tem evitado falar no assunto e espera o governador decantar. Casagrande terá também que ajustar seu discurso eleitoral, uma vez que ele perdeu o flanco do ‘anti-Hartung’.
Agora o trabalho do ex-governador é aumentar seu palanque, e não permitir que o grupo governista cresça. Entre os preferidos estão o PDT do deputado Sérgio Vidigal, o PP (2º maior partido do Brasil em nº de deputados), o PR de Magno Malta e há quem defenda o PT nesse bojo.
Já sobre o espólio de Hartung, o grupo governista deve decidir neste final de semana entre Amaro Neto (PRB), Ricardo Ferraço (PSDB) e Cesar Colnago (PSDB). Este grupo trabalha para escolha de um nome unânime com condições de ir para o 2º turno e joga com a expressividade de siglas como o PSDB, MDB, PSD e PRP visando o fundo partidário e o tempo de TV.
Isolada nesse arranjo partidário, está à senadora Rose de Freitas (Podemos), que nem mesmo o apoio da Rede está confirmado. Ela vem tentando juntar com os governistas, mas estes relutam já que tal união diminui as chances de ter 2º turno.
É necessário também inserir no cálculo a candidatura do PM Coronel Foresti pelo PSL. A expressividade eleitoral de Bolsonaro no ES (por agora com quase metade das intenções de voto) pode ocasionar num avanço do PSL local, podendo ser um fator razoavelmente expressivo na contagem para 2º turno.
Já na Serra, essa gangorra política subiu pra uns e desceu pra outros. Fato que o mais encurralado é o prefeito Audifax (Rede). Enquanto o palanque de Rose está esvaziando, Audifax não encontra abertura nos governistas e com Casagrande (ainda mais com Vidigal por lá). Mas não se pode subestimar a capacidade encontrar soluções de última hora do prefeito, ainda mais com uma Prefeitura da Serra em mãos.