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O preço por Márcia Lamas na chapadini

Por Yuri Scardini

As indecisões pela vice continuam nas chapas majoritárias dos pré-candidatos da Serra. Com a minirreforma eleitoral, a posição de vice-prefeito ganhou contornos de maior destaque, dado que nas próximas eleições, prefeitos não terão a possibilidade de reeleição. Logo a tendência à renúncia para disputar em 2018 as eleições de deputado, senador e governador é razoavelmente grande, e com isso, o vice assumiria a posição de prefeito por 2 anos. Ou se o prefeito optar por ficar os cinco anos de mandato.

Aqui na Serra, há fortes especulações que este seria um dos planos viáveis de Audifax Barcelos (Rede), caso seja reeleito como prefeito. Renunciaria para disputar uma vaga na Câmara Federal ou até no Senado. Inclusive esta seria uma das grandes motivações do deputado estadual Bruno Lamas (PSB) de indicar sua mãe, a ex-secretária de Educação, Márcia Lamas, na condição de vice de Audifax, com o alto preço de promover uma coligação entre o PSB e a Rede também na chapa de vereador, o que em tese, puniria os candidatos socialistas, uma vez que eles serviriam como trampolim para as eleições de candidatos redistas.

Apesar da notória habilidade e sabedoria de Márcia como gestora e política, no meio político, enxergam-se algumas dificuldades nesta estratégia. Entre elas, a possibilidade da cidade ser novamente vista como um feudo familiar, dos antigos Feu Rosa’s, passando pela família Vidigal e entrando no clã Lamas. A transferência de capital político na base do sobrenome é tida como um modelo ultrapassado de governança, inclusive vai a desencontro do que o ex-governador Renato Casagrande, o líder dos socialistas no ES, prega: “a nova política”.

Outro problema é o fato da dubiedade do nome de Márcia Lamas. A experiente gestora participou dos governos passados de Sérgio Vidigal (PDT), provável maior rival de Audifax na eleição de outubro. Isso daria armas para Vidigal se defender, pois limitaria as possibilidades de ataque por parte de Audifax, que tem a necessidade de avançar sobre Vidigal, pois está atrás do pré-candidato pedetista nas pesquisas de intenção de voto. No arranjo do tabuleiro eleitoral, Márcia Lamas pode limitar estratégias para dar o xeque-mate no ‘rei’ Vidigal.

Mas isso são apenas pontos que o mercado vê como desafios. Os ganhos que Audifax teria com o nome de Márcia são igualmente significativos, e na balança eleitoral, Audifax sabe o quanto a experiente gestora socialista pode contribuir para esta campanha, que é tida como penosa e muito rivalizada.

A delicada busca por outro nome

Há outros nomes no radar audifista. Entre eles, algum ligado ao PMDB. Mas é um caminho visto com muito ceticismo. Entre os motivos, a real possiblidade do PMDB ficar com Vidigal e a ausência de nomes convincentes para o posto de vice. Havia um entendimento de que este nome seria o do ex-secretário de Desenvolvimento Urbano, Silas Maza. Mas parece que as chances de Silas subir para esta condição, são baixas.

Há de se salientar que talvez, o que pesou na decisão do prefeito de não investir no nome de Silas, foi o medo de criar um “novo Audifax” na política da Serra. Afinal, Vidigal fez isso no passado e hoje tem no seu ex-aliado o maior rival. Silas é visto como um nome promissor, tem bom trânsito junto ao empresariado, tem experiência na condição de gestor e demostra ser um articulador. Crescer alguém com tais dotes pode ser arriscado. No céu, só pode haver um sol de cada vez. Na Serra, a briga é exatamente porque são dois querendo brilhar mais que o outro, na mesma hora e no mesmo local. Um terceiro sol pode apagar o brilho já desgastado dos outros dois. Logo, o nome de Silas vai sendo aos poucos diminuído.

Audifax segue com dificuldade de encontrar um nome de vice de sua confiança, que não brilhe mais do que ele, que não tenha rejeição das forças políticas que o apoiam e que possa agregar na campanha eleitoral, pelo menos não atrapalhando. O posto de vice é bastante cobiçado, e não é para menos, pois, caso a estratégia audifista tenha êxito, há a possibilidade deste vice ainda desconhecido ser o prefeito de 2018 à 2020.

Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

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