Tiques, espasmos e outros tipos de movimentos involuntários são sintomas de uma doença muito comum: a distonia. Caracterizada por um distúrbio neurológico, que também pode afetar a postura, ela é mais comum do que se pode imaginar. Sucesso na internet, a influenciadora digital Ella Middleton tem conquistado o Tik Tok ao fazer tutoriais de maquiagem mostrando sua condição. Ela usa o bordão: “Arrume-se comigo e com meu tremor! ”.
De acordo com os últimos dados do Ministério da Saúde, em 2021, cerca de 65 milhões de pessoas sofrem da doença. As principais características são movimentos repentinos de braços, pernas, tronco, pescoço e outros, assim como torção, tremores, contrações e piscadas repetidas dos olhos.
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O ortopedista Nilo Neto destaca que o cérebro não sofre danos, mas os membros param de responder aos comandos e o paciente perde, de forma evolutiva, o controle de suas próprias ações. “Essa é uma condição que não tem limite de idade ou etnia. Ela pode afetar desde crianças a idosos”, diz.
Segundo o médico, a doença não possui uma única causa definida. “A distonia pode ser causada por outras doenças degenerativas, traumas e lesões na cabeça. Além disso, pode ter causas genéticas ou intoxicação por agentes químicos, que acarretam o mau funcionamento de uma área cerebral conhecida como núcleos da base ”, explica.
Nilo Neto diz ainda que existem vários tipos de distonia, que vai do grau mais leve ao mais avançado. “A distonia pode ser focal, quando atinge apenas uma região do corpo, como os músculos das pálpebras, chamada de blefaroespasmos. Mas ela também pode ser chamada de distonia generalizada, que como o nome diz, acomete todo o corpo, da cabeça aos pés”, pontua.
O tratamento para essa condição é realizado por meio de uma equipe multifuncional, que engloba medicações e terapias de reabilitação dos membros afetados, bem como apoio da psicoterapia. Outra forma de tratar a distonia é por meio da toxina botulínica, que age bloqueando a liberação de acetilcolina, um neurotransmissor responsável por levar os sinais dos nervos aos músculos.
“”A toxina botulínica é uma alternativa para evitar a quantidade de medicamentos prescritos ao paciente. Por meio de uma injeção nos músculos que causam os movimentos involuntários, a toxina vai fazendo efeito aos poucos, dias após a aplicação. As doses e as quantidades de injeções variam de acordo com a gravidade da distonia”, finalizou Nilo Neto.
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