O Brasil vem experimentando recentemente uma onda de ataques a crianças em idade escolar que não era comum em terras nacionais. O que antes era apenas visto em reportagens que mostravam o horror que acontecia principalmente nos EUA, se tornou uma triste realidade também para os brasileiros.
Ainda sem entender direito a motivação das pessoas que realizam tais ataques e a complexidade de fatores que levam uma sociedade a tal grau de deterioração moral e espiritual que permita a concepção deste tipo indivíduo, tem-se a urgente tarefa de proporcionar às nossa crianças um ambiente mais seguro e acolhedor.
Quando se fala em aumento de segurança se fala, implicitamente, em diminuição de liberdade e privacidade. O filósofo e sociólogo polonês Zygmunt Bauman considera esta dicomia de segurança x liberdade um dilema insolucionável, já que a sociedade sempre que escolhe ter mais segurança perde um pouco mais de liberdade e vice versa.
Ainda assim tal escolha tem que ser feita tentando mitigar a quantidade de liberdade que se perde em prol de um aumento de segurança para as nossas crianças nas escolas e creches, como também em outros ambientes em que se tem uma possibilidade maior de segurança como, por exemplo, nos condomínios.
Mas afinal o que podemos aprender com tais ataques e, principalmente, como podemos evitá-los?
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O primeiro passo é saber que a segurança de nossas crianças é uma tarefa de todos, não só do poder público. Na nossa Constituição Federal o artigo 144 diz textualmente que a segurança pública é um dever do Estado e um “direito e responsabilidade de todos (…).”
Neste sentido se faz necessário que todos os atores se envolvam, dentro de suas respectivas responsabilidades, na tarefa de promover maior segurança às nossas crianças propondo e executando medidas de prevenção e combate às ameaças reais ou virtuais.
Os pais devem ficar atentos ao comportamento de seus filhos que podem estar sob ameaça ou, até mesmo, ser a própria ameaça. Assim, uma vez antecipada a ameaça, esta pode ser resolvidada sem que ninguém se machuque e sem que a criança tenha problemas sérios de ordem psicológica ou legal, que podem causar prejuízos sérios para o resto de sua vida.
Professores, tutores e responsáveis legais pelos ambientes de convívio (creches, escolas, condomínios, etc.) devem, na medida de seus poderes e responsabilidades, propor e aplicar medidas que busquem identificar e antecipar possíveis ameaças.
Todos devem em conjunto cobrar e colaborar com as autoridades públicas de segurança para que medidas de segurança efetivas sejam tomadas disponibilizando presença permanente ou pronta resposta imediata de agentes armados em caso de ataques.
Por fim, mas não menos importante, a sociedade brasileira tem que deixar os preconceitos de lado e fazer um debate honesto sobre a posse e o porte de armas de fogo pela população civil. Nos EUA (Charleston,Virgínia Ocidental) tivemos o exemplo recente de uma mulher comum com porte de arma que neutralizou (matou) um atirador criminoso que, avisado que havia crianças brincando no local de uma festa, voltou armado com um fuzil AR-15 e passou a atirar contra as pessoas.