Vitória deu seus primeiros passos para integrar o seu sistema de linhas municipais esta semana. Tem gerado bastante polêmica, dadas as manifestações populares contrárias ao projeto. A Serra, por outro lado, ainda não possui uma um sistema municipal próprio para integrar, assim como Vitória e Vila Velha.
Estou tendo a oportunidade de utilizar o modelo de transporte urbano da cidade do Porto, no norte de Portugal. A cidade possui cerca de 250 mil habitantes, em aproximadamente 50 km², e a região metropolitana como um todo possui aproximadamente 2,5 milhões de pessoas – dados que guardam similaridades com Vitória e a Grande Vitória.
Por aqui, todos os sistemas são integrados por um cartão – o Andante –, cujo valor mensal pago é de 30 euros. Com esse valor você usa o quanto quiser, sem limites de viagens. Outra grande vantagem é o mix de transportes públicos inclusos nessa tarifa. Além de ônibus, há a opção de metrô (o mais rápido entre todos os transportes públicos), teleférico e bondinhos espalhados pela cidade.
Na Grande Vitória há a urgência em se investir numa saída de transportes em massa, principalmente em trechos troncais de grande circulação de pessoas. Na Serra, a situação é ainda pior, pois quem sai de Cidade Pomar para a Serra-Sede utilizando transporte público, por exemplo, necessariamente deve passar pelo terminal de Laranjeiras, dando uma volta enorme e atrasando significativamente o percurso.
Há políticas públicas que possuem efeito multiplicador e investir em transporte público sem dúvida é uma dessas opções, dadas as consequências positivas na qualidade de vida e para o meio ambiente.