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O uso correto das redes é fundamental para o tratamento de esgoto

O descarte indevido de materiais nas tubulações causa o extravasamento do efluente para as ruas e casas

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Foto: Divulgação

A utilização correta dos sistemas de esgotamento sanitário é fundamental. A Ambiental Serra, parceira público-privada da Companhia Espírito-santense de Saneamento (Cesan), alerta para esse cuidado, pois o principal motivo do vazamento de esgoto pelas ruas da Serra é o mau uso das redes coletoras. Elas foram feitas para receber e transportar a água residual, e não outros materiais. 

A destinação errada de resíduos causa a obstrução da tubulação, resultando no extravasamento do esgoto para as vias públicas e no retorno do efluente para as casas. Com isso, a população fica à mercê de várias doenças que são ocasionadas pela água contaminada, como a diarreia e a cólera. O meio ambiente também é afetado quando o esgoto não segue o fluxo que deveria e encontra a natureza sem ser devidamente tratado. 

Além desses problemas, há também o prejuízo para as empresas que fazem o serviço do tratamento de efluentes, pois é necessária a troca de tubulações que acabam sendo rompidas pelo acúmulo de materiais indevidos. 

Elementos proibidos

Apenas esgoto deve ser lançado nas redes coletoras, ou seja, a água que é utilizada no banho, na limpeza de louças e roupas, e na descarga do vaso sanitário, por exemplo. Qualquer outro elemento que é direcionado para esses canais causa danos, como absorventes, algodão, fraldas, restos de comida, cotonetes, fios de cabelo, gordura e bitucas de cigarro. 

A água da chuva também não pode ser despejada nos sistemas de esgotamento sanitário porque provoca a sobrecarga deles. Ela, que é recolhida por calhas e tubos de casas, deve ser enviada para as redes de drenagem. Se a rua não tiver sistema de drenagem de águas pluviais, o morador deve destinar a água da chuva para as vias públicas, e nunca à rede coletora de esgoto. 

De acordo com Wanderson Gomes, analista da área de Responsabilidade Social da Ambiental Serra, quando chove, os sistemas de esgotamento sanitário sofrem ainda mais com a ação humana. “Existem locais que não são contemplados com redes de drenagem, e quando a água começa a subir, o morador abre as tampas dos poços de visita (PV). Quando ele faz isso para escoar a água da chuva, vários tipos de lixo que têm na rua entram na rede de esgoto. Por causa disso, encontramos em serviços de desobstrução muita areia e até mesmo materiais usados em obras. É um grande problema que temos”, contou o profissional.

A água pluvial, ao ser lançada nas redes, também causa a paralisação das elevatórias cuja função é bombear os efluentes até as Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs). Isso acontece porque há um aumento de volume que a rede coletora não foi feita para suportar, além da presença de sedimentos incorretos e que obstruem a passagem do esgoto, como galhos e areia. As bombas, portanto, não aguentam e param, fazendo com que equipes tenham que fazer limpezas nas elevatórias e o conserto dos equipamentos.

Contribuição com o tratamento de esgoto

A Ambiental Serra firmou uma parceria público-privada (PPP) com a Cesan e presta o serviço de manutenção e ampliação do sistema de esgotamento sanitário na Serra desde 2015, fazendo o índice de cobertura de esgoto no município saltar de 58% para 90% durante os seis anos de operação. No entanto, por mais que a cidade esteja quase universalizada em relação ao tratamento de esgoto, a população precisa contribuir para que esse trabalho seja feito com o máximo de eficiência possível. Portanto, o cuidado com as redes é fundamental. Lugar de lixo é na lixeira! 

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